quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Feliz ano-novo. O blog vai mudar, acreditem.

sábado, 16 de dezembro de 2006

aforismo CXX

Dor de cabeça por não ter o controle dos eventos é que é o pior.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

O "Sam´s Town" é um disco brega, todo mundo sabe disso. Aqueles coros, o paredão de coros, a tecladeira, os efeitos lembrando luzes, os "shines", "hearts" e "beats", tudo lembrando um calor do inferno e ao mesmo tempo lembrando Las Vegas, as luzes, os cassinos, a cocaína...
Já no primeiro disco, dava para perceber que Killers não era uma dessas bandas indie "normais". O clipe de "Mr. Brightside" é extremamente cafona e mesmo o clima de algumas canções("I´ve got a soul, but I´m not a soldier"- da excelente "All that things...") já antecipavam o que vinha por aí e resultou neste Sam´s Town, que é brega e cafona até morrer, mas eu estou gostando muito.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

metáfora

Hoje eu ia arrumar os livros e as revistas que estão aqui em Salvador- é um hábito divertido e até saudável, eu diria- mas acabou não dando certo, uma tentativa de pagar boleto atrasado frustrada, um calor severino e mais algum não sei o quê, que por vias das dúvidas deve ser atribuído à desorganização são os motivos. De qualquer modo, não estou incomodado com isso.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

2007 já começou.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

É o cavalo do tempo...

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

diálogos edificantes

I

- Ah, você tem blog, é? É uma coisa tão adolescente....
-...
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II

-Posso te falar uma coisa, na boa?
-Pode, claro.
- Você quando vai falar em público, fica nervoso, já tem aparelho... Aí quando vê que está nervoso, fica ainda mais nervoso e eu não entendo nada.
- Eu sei, eu sei...
-Tente se acalmar.
-...
Segundo a última aferição do instituto eumesmo, no momento os meus talentos estão a limitar de forma terrível minhas futuras(ou não tão futuras) ocupações. Com problemas ao falar em público, pouco estudo, pouquíssimo método e organização, parecia que me sobrava uma carreira, caso eu aprendesse a escrever, de escritor de livros(calma, não é literatura). Foi aí que eu me lembrei do tamanho do mercado editorial e de que para ter um contrato com editora é preciso ter ótimas relações.

E ainda me perguntam porque ando mal-humorado.

dadaísmo filosófico

Teste de caráter: Embebede um cidadão. Se ele fizer zoada, gritaria, algazarra, não é boa pessoa.

domingo, 19 de novembro de 2006

obsessão pelo progresso II

Mas por mais que eu achasse(e até acho hoje) o século XIX formidável, eu sempre defendi e me bati em defesa do hoje. Eu realmente acreditava(acredito, de fato) que as pessoas todas vivem melhor hoje do que há 100 anos. E sempre cito que basta olhar as condições dos miseráveis de hoje e compará-los com o de ontem. Ok, grande companheiro. Há sempre um Cariri, há sempre um Biafra em nossas costas. Pois eu aposto que havia muito mais biafras antes, muito mais cariris. E ainda acredito que hoje a possibilidade de cariris serem extirpados é bem maior.
Apesar de defender tudo isso( "Never been a better time than right now") , desde o ano passado comecei a me dar conta de que existem outros valores além do progresso, da "satisfação". O poder de escolher, por exemplo, é um valor razoável e acho que tem de ser defendido. Até que ponto vai essa escolha, quais são os limites, principalmente se ela é uma escolha que limita as outras? Como, mais do que nos princípios, nos casos específicos, na vida real vai-se dar isso?
São perguntas que faço sempre e para as quais não trago respostas. E é o momento em que fico bastante atrapalhado.

Nossa, eu ainda quero ferrovias cortando o mundo de Leste a Oeste.

sábado, 18 de novembro de 2006

obsessão pelo progresso I


De 2003 até o começo de 2005 minha grande preocupação era com o progresso. Eu só tomava posições políticas de acordo com respostas a uma pergunta básica: "As coisas melhoram, progridem com isso?". Melhor formulando, "O mundo evolui com isso?". Lembro de redações que fiz, de discussões que tive, sempre com essa obsessão pelo progresso. Foi, aliás, um dos fatores que me levaram a me afastar da "esquerda"(Pausa explicativa: Sempre que eu emitir opiniões políticas, considere-as precárias, insuficientes, não muito lidas, talvez. Veja bem, eu conheço meus limites. O ponto é que pode ser que ao meu redor as opiniões estejam no mesmo- ou até com maiores- limites) . A prisão a velhos temas(muitos chavões também), a teimosia em reconhecer novas realidades, o apego a preconceitos, tudo isso me deixava bastante irritado. Calma, caro esquerdista. Eu sei que isso existe na "direita" também, mas o meio em que eu estava/estou mais me chamou atenção à esquerda.
Então eu reivindicava um discurso à esquerda, mas distante de uma característica bem comum à esquerda: passeatas, manifestações, aglomerações em protesto. Reconheço bem a importância deste tipo de ação, mas é algo que realmente nunca me tocou e para o qual eu nunca estive disposto a participar. Repare que reconheço a importância mas não acho que seja tão eficaz assim.
Eu dizia, porém, de minha obsessão pelo progresso. Do "Manifesto Comunista" eu gosto muito desse trecho aqui:

"A burguesia desempenhou na história um papel altamente revolucionário.
A burguesia, lá onde chegou à dominação, destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas. Rasgou sem misericórdia todos os variegados laços feudais que prendiam o homem aos seus superiores naturais e não deixou outro laço entre homem e homem que não o do interesse nu, o do insensível "pagamento a pronto". Afogou o frémito sagrado da exaltação pia, do entusiasmo cavalheiresco, da melancolia pequeno-burguesa, na água gelada do cálculo egoísta. Resolveu a dignidade pessoal no valor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades bem adquiridas e certificadas pôs a liberdade única, sem escrúpulos, de comércio. Numa palavra, no lugar da exploração encoberta com ilusões políticas e religiosas, pôs a exploração seca, directa, despudorada, aberta. "


E ainda: "A burguesia não pode existir sem revolucionar permanentemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção, portanto as relações sociais todas... " "... Tudo o que era dos estados [ou ordens sociais — ständisch] e estável se volatiliza, tudo o que era sagrado é dessagrado, e os homens são por fim obrigados a encarar com olhos prosaicos a sua posição na vida, as suas ligações recíprocas."

Marx e Engels ainda continuam, tem a famosa passagem das " pirâmides egípicias, dos aquedutos romanos" e toda essa narrativa é acelerada, um misto de espanto, horror e positividade. É como se a burguesia abrisse todo um mundo de possibilidade, mesmo que com todos os problemas, as soluções estariam à mão. Aliás, isso não é só Marx, mas parece que é o espírito predominante em todo o século XIX, notável na expansão dos EUA(com todo o sangue que isso trouxe também). Claro que sempre vai existir um pessimista(" isso tudo é um monte de estrume") , mas o que predominou no século e continuou na primeira metade do XX foi justamente isso: a ânsia de mudar, de melhorar, de movimentar.

cabeça vazia...

Já venho notando há um tempo que minha fala não é das mais agradáveis. Para lá da voz de vez em quando esganiçada- à qual não se pode dar muita solução, só com o Cara Lá de cima- um excesso de gírias e palavrões deixam meu discurso pouco digno de credibilidade ou potencial alvo de chacota. Enfim, não que eu não goste de palavrões, mas sei bem que não são apropriados sempre e que aliados a um nervosismo furioso sempre que vou falar para mais do que 4 pessoas não tornam o meu falar a coisa mais agradável do mundo.

1:41, né?

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

C.C.L.A.

Todo mundo já sabe que eu tenho uma espécie de perversão(ou síndrome ou doença, sei lá, quem estuda Psicologia, Medicina, Biologia ou negócios do gênero- e das que eu enumerei já é um gênero extremamente amplo- que venha dizer o que é) quanto a comprar livros, freqüentar bibliotecas, livrarias, etc... Acredito que estou comprando livros numa média superior a um livro por semana, o que já é muita coisa. Considerando que não leio na mesma proporção, aliás, leio numa proporção muito menor, isto quando leio(é, as coisas estão nesse ponto), a pilha de livros já chegou a um ponto insustentável. Insustentável é igual a cerca de 60 livros sem ler. O negócio é que sempre que eu vou a uma livraria, a vontade de pegar um livro é sempre grande, e quando há uma promoção, então, é o que chamariam de "coisa louca".
Donde concluí que uma nova instituição é necessária para abrigar os que sofram do meu problema. É a dos Compradores Compulsivos de Livros Anônimos, a CCLA. Se bem que no meu caso é explícito mesmo, CCLE.
E assim eu poderei dizer: "Mais um dia sem comprar livros, obrigado".

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Genialidade

http://www.youtube.com/watch?v=hzsaLcIwoFw Por isso eu acredito na resposta das crianças.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

barbismo


Quando eu perambulava lá pela UEFS, lembro de um colega falando que um amigo dele decidiu passar um tempo longe de tudo, de festas, bebidas, amigos, família e o que mais fosse para apenas estudar, ler, tornar-se uma "fera". Lembro bem que entre os autores a serem estudados estava Marx. Naturalmente que tão distante de um tanto de coisas ele ficou quanto de lâminas de barbear, e a barba dele ficou grande assim( e o colega puxava um pouco a barba imaginária). Claro que não dá para confirmar se isso é verdade ou mentira, sei que quem me contou isso era Policial Rodoviário e, portanto, vocês podem chegar a todos os policiais rodoviários(federais, acho) perguntando: "É você que estuda Direito e teve um amigo...", no que é uma contribuição fabulosa ao bom trato entre policiais rodoviários e cidadãos.
Mas não é somente de civilidade entre policiais de estrada e bons leitores de blog que falo. Imagino que ao contar esta história, o caro colega no mínimo perpetuou um belo mito, o do recluso genial, o que abdica do mundo para estudar, para entender as coisas, ainda que à custa da vaidade- se bem que há quem veja uma espécie de charme em visuais mal cuidados. Belo para quem gosta de ascetismo, é verdade.

Engraçado é que durante uma dessas chateações ocasionais desta semana pensei em fazer isso, só faltando dinheiro, paciência e coragem(sim, porque afinal de contas, é preciso muita coragem para tornar verdade efetiva o que é quase verdade).

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

relatório figueira duzentos e quatorze


1. Idéias pouco articuladas.
2. Cansaço, ainda que não tenha feito nada no dia.
3. Sensação de que não há muitas respostas.
4. Silêncio, ok?

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Vejam bem, não é choro de derrotado não(até porque não me entusiasmei tanto com a campanha tucana), mas o noticiário político está bastante aborrecido: "desenvolvimentistas X ortodoxos", "indicação de ministros", oposição sem rumo. Acho que está tudo um tanto quanto fora de lugar e as análises muito planas, muito chochas.
De minha parte, eu mesmo estou um tanto quanto plano, um tanto quanto chocho, precisando urgentemente de organização, foco, leitura e de tudo aquilo que sempre digo que preciso mais e mais.

Figueira-brava, Figueira-brava, às cinco em ponto da madrugada.

domingo, 5 de novembro de 2006

Com a leve impressão de que preciso sair mais.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

vida real

Na semana antes do segundo turno das eleições eu estava no ônibus indo para o alemão quando ouvi uma conversa entre um policial militar e uma outra pessoa.

- Esse negócio de futebol, rapaz, antes era para pobre, mas hoje? Hoje não, é neguinho em escolinha, tudo barão, filhinho de papai...
- Que nada, rapaz, tem muito jogador bom por aí, que era pobre.
- É, mas hoje não dá mais não. Antes você tinha aquele sem condição, ia lá jogava a bola, ganhava o dinheiro, hoje é tudo na escolinha.
- É mesmo? E vai pro jogo fim de semana?
-Eu? Eu mesmo não! Eu não ia quando o time tava na primeira, quanto mais agora na terceira divisão.
- Ah, eu vou, se o Bahia ganhar, o Vitória perder, tem chance...
- Tem nada, rapaz, time ruim, esses jogadores só querem dinheiro.
- É mesmo, esses jogadores de hoje, tem muito menino bom que não tem oportunidade...
- É rapaz, e esses jogadores velhos não jogam nada.
- Ah, mas Sorato joga, viu? Muito jogador velho bom, tem o Romário mesmo, que ainda joga muito...
- Joga nada, rapaz! Tá velho já. Ele já jogou!
-Que nada! O velho Romário ali... joga muito! Faz gol mesmo.
- Esses velhos, eles não jogam é nada, tem muito menino novo aí que não tem oportunidade, pode ver nesses babas que existem...
- É, isso é, tem muito jogador velho que não tem sua chance, que joga muito... E essa eleição, vai votar em quem?
- Rapaz, eu não posso ser burro, né? Se o governador vai ser esse, então vou votar em Lula mesmo.
- É, né? Haha.
- É tudo igual mesmo, não melhorou a minha vida em nada, mas... deixa aí mesmo.
- Primeiro turno votou em quem?
- Eu votei na mulher...
- Eu também! Maria Luísa! Votei nela.


Foi quando eu levantei do ônibus e saltei no ponto.
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Estou de volta, comparsas.

domingo, 15 de outubro de 2006

confronto com a euforia


Já tinha dito que faz um tempo que eu teria contraído uma espécie de "hanseníase mental" , o que seria uma reação de não me emocionar mais com muitos eventos que acontecessem comigo. Isso passou por um tempo, de certa forma eu cresci, não era mais uma pessoa tão eufórica, talvez um pouco mais cínica e mais esse tipo de coisa pela qual todo mundo passa e por repetitivo, relatar em palavras pode soar mais idiota do que realmente é.
Achei que isso havia passado, mas parece que volta com certa força. Não que eu esteja arriscando-me a novas emoções, pouco saí de casa neste ano que já mais perto do fim que do começo está e que serviu mais para eu arrumar um pouco a cabeça- O diabo é que sinto que todo ano falo isso e de tanto arrumar a cabeça, acabo por destruir as possibilidades de diverti-la um tanto.
Pouco tenho feito que não acompanhar política e os acontecimentos da faculdade, o que não é lá grande coisa quando feitas de modo insuficiente. A sensação é de que se perde tempo e que não se sabe muito o que fazer para melhorar- ainda mais se às vezes parece que vou sair da faculdade sabendo menos do que deveria, com notas abaixo do esperado(ok, não dê bola para notas, são apenas notas) e bem, com pouca coisa para contar além desse pouquinho.
Ora, estou entre os que ganharam o Centro Acadêmico! Oh, o Centro Acadêmico!


Não há muito a contar, parece que estou esperando demais. As garotas bonitas estão passando ali, olha lá, do outro lado da rua, estou indo, estou indo.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Veja bem, acho que é isso que se chama de "crise criativa", né? A diferença é que a crise não é só para "criar".

domingo, 8 de outubro de 2006

A- Fica assim: Outros posts sobre as eleições essa semana, ok?
B- Meu grau de alienação(da vida, das coisas) mede-se nisso: Só hoje soube que o acidente da Gol foi no Mato Grosso. Eu estava crente de que havia sido na Amazônia.
C- "Eu só falo de política e putaria". - é brincadeira, claro, mas é quase isso.
D- Entenda o palavrão daí de cima em um sentido bem amplo, por favor.
E- Mais uma semana sem ler jornal(na verdade, eu li terça-feira o "A TARDE", mas...) e eu vou sair agredindo todo mundo.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

eleições i: a cê eme

Sem sombra de dúvidas, a grande surpresa deste primeiro turno foi a derrota total dos "carlistas": perderam o governo da Bahia, uma cadeira no Senado e tiveram sua bancada reduzida tanto na Câmara quanto na Assembléia. Como boa parte dos analistas já disse, isso não significa o fim do grupo liderado( já não tanto mais) por ACM, mas sim um forte baque, vez que boa parte da estrutura de poder do grupo está ligada ao acesso de prefeituras ao governo do Estado, além dos cargos na burocracia. Caso Lula vença as eleições, ACM estará numa situação inédita da vida: Oposição aos governos federal, estadual e municipal(da capital- Salvador). Só aí é que se notará quão fortes são as ligações que mantêm o "carlismo" de pé. É algo a se conferir.
O que houve de estranhamento nessa derrota é que as pesquisas desde o início da campanha indicavam uma vitória folgada de Paulo Souto. Bastou sair o resultado e já o governador recém-eleito da Bahia, Jaques Wagner, deixava sob suspeita o IBOPE- relembrando, inclusive as pesquisas de 2002, que padeceram do mesmo mal. Não faltou quem alegasse má-fé do instituto, que estaria tercerizando as pesquisas em alguns Estados, agindo em conluio com o grupo político do Senador. Isto realmente é algo no qual eu não acredito e não porque eu tenha fé no mundo e ache todas as pessoas puras e castas, mas é que não vi indícios mais concretos disso do que a mera intuição de algumas pessoas- todas elas nutrindo antipatia mortal ao carlismo- o que não é nenhum problema desde que a análise não seja turvada pela vontade.
Já é velha essa história de que "pesquisas manipulam" e durante muito tempo este foi o discurso do PT, num vitimismo bem típico dos 22 anos iniciais do partido. Ao que me parece, o que houve apenas foi um erro do instituto em não verificar uma tendência(bem difícil de ser sentida,aliás) no sentido do aumento de votos para Wagner e na redução de Paulo Souto. Foi-me dito que nas pesquisas do IBOPE, Souto tinha somente 30% das intenções de voto e 70% das pessoas manifestavam intenção de "mudança". Não foi à toa que o pefelista tinha como mote de campanha "Uma nova Bahia a cada dia". Ademais, a tendência de subida do petista foi SIM notada( dos 15 aos 19, depois aos 31, aos 41 e então aos 49 da boca de urna; tudo em porcentagem, claro), talvez não exatamente do modo que ocorreu. O instituto alega que a mudança de voto ocorreu nos dois dias antecedentes ao pleito, o que não é impossível, mas também é algo extremamente complicado de se comprovar.
Mas o que fez a vitória do petismo na Bahia?

Quatro pontos são fundamentais, penso. Eles:

1- Desgaste de um grupo há 16 anos no poder.
ACM só virou prefeito de Salvador em 67, não era este poderoso todo que hoje é. Nos anos 70, assumiu a Eletrobrás e só depois virou governador da Bahia, o que seria repetido mais duas vezes, consolidando definitivamente o domínio dele sobre a Bahia(Se bem que o terceiro mandato foi em 90). Repare que no período de 70-85
estamos na ditadura militar. Nas primeiras eleições com governo civil instituído( 86) o grupo teve uma derrota fragorosa, acachapante para o PMDB(e dissidências do PDS) de Waldir Pires. Em 90 o grupo retorna à máquina do Estado para só agora ser derrotado. Reparem que de 70 a 06 temos 36 anos. Destes, 20 foram sob ditadura apóiada por ACM. Em democracia é bastante difícil um grupo manter-se no poder por mais que 15, 20 anos. Há um desgaste de quadros e práticas, só resolvido com a transição democrática. Vale notar ainda que a dianteira nas pesquisas tolheu a humildade(e a disposição para fazer campanha até o fim).

2- Lula

O presidente é um político extremamente popular na Bahia e na região Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres. A colagem da imagem de Wagner a Lula só trouxe bônus ao primeiro, ainda mais que a popularidade de Lula inibiu boa parte dos políticos do grupo carlista de se assumirem defensores da candidatura Alckmin- uma candidatura com problemas para subir durante a campanha. Tudo isso aliado ao candidato "pesado" ao Senado Federal, só prejudicou a campanha pefelista e motivou os petistas.

3- Racha interno

Essa é mais uma aposta minha, baseada em declarações do governador eleito. No debate que antecedeu as eleições e na entrevista pós-resultado, Wagner referiu-se a apoios da "banda B do PFL" e de "cisões do PL". Ora, ambos são os grandes partidos da base carlista na Bahia, sendo que existem municípios no qual o governo é de um, a oposição de outro( o mesmo valendo para o PP e uns partidos menores, PTN, PT do B, PRP...). É muito improvável que sem apoio de alguns desses grupos e de alguns prefeitos, Wagner vencesse( e muito bem) como venceu em cidades mais diversas do interior: De Cruz das Almas à Eunapólis, de Salvador e Feira à Cachoeira, passando por Santa Bárbara, Brumado, Ilhéus e Angüera. Foram diversas vitórias no interior( e mesmo nas cidades em que perdeu, Wagner perdeu com menor diferença dos lugares onde o pefelista perdeu).

4- Alianças

Relacionado com o ponto 3, há a aliança com o PMDB, que garantiu mais estrutura nos municípios, dada a capilaridade do partido de Geddel.

Foi desse modo que aconteceu a grande surpresa destas eleições.

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PS: Minha antevisão das eleições do Senado deu com os burros n´água. Ao menos, do modo como imaginei. ACM não desistiu da candidatura Tourinho, levou até o fim(e ele até teve uma boa votação considerando de onde partiu) e Durval levou a vaga. Mas se errei por um lado, algo parecido(só que não centralizado) pode ter ocorrido, ao menos em Feira de Santana ocorreu. Boa parte dos carlistas correu para votar em Durval. O negócio é que alguns parecem ter corrido para Wagner também.

sábado, 23 de setembro de 2006

mulato inzoneiro

O traço mais marcante do caráter brasileiro(e, nossa, eu acho que é possível falar disso sim) é uma mistura de agressividade com ternura. A agressividade para tudo que não esteja próxima aos seus( à "família", aqui incluído parentes, amigos, etc...) e a ternura com os mesmos protegidos da agressividade. Os empregados aqui encontram-se no meio, não sendo exatamente estranhos, mas também não constituindo o núcleo próximo dos iguais. Acho que isso é até o núcleo do "homem cordial" de Raízes do Brasil(e se eu tiver falando besteira, quem já leu o livro venha aqui e diga- quem quiser,dê-mo também aceito...) . Peraê, esse dê-mo está certo? Bem, já confundi parêntes, observações, reticências, volto ao tema principal.
Esse traço de caráter acima referido redunda em toda a miséria do Estado brasileiro: empreguismo, corrupção, péssimo atendimento, favorecimento em licitações e todas aquelas coisas que te fazem deprimir no décimo minuto do jornal. Assim como te deprimem, ô leitor, deprimem a mim também e mais ainda quando vejo sinais disso em pessoas da minha família ou amigos(ou até em mim, em alguns momentos, afinal de contas, eu erro- e muito).
A confusão generalizada dos limites que existem entre respeito e submissão, obediência e mandonismo, direito e arbitrariedade, dever e humilhação tanto na "esfera pública" quanto na "esfera privada"(que afinal de contas estão em constante ligação) é a característica que mais impede que o Brasil avance, entendendo-se por avançar uma sociedade na qual as pessoas respeitem-se, estudem, produzam...

PS: Não falo divirtam-se porque isso já se faz de forma suficiente, penso.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Essa história toda de Serra, Lula,Valderan, Freud, dossiês parece bastante embolada. A turma petista está reagindo, dizendo que é obra da oposição, armação, manobra golpista, etc... Só digo uma coisa: se eles realmente estiverem certos, a oposição brasileira sabe montar esquemas e manipular as reações alheias de uma forma espetacular.

Aguardemos.

domingo, 17 de setembro de 2006

22 grand job

Pois então. Participei de uma chapa que semana passada ganhou o Centro Acadêmico lá da Faculdade. Fazia uns 10 anos ou mais que o mesmo grupo(as pessoas mudando, claro, mas sempre a turma socialista/de esquerda/petista- filiados mesmo) dominava o CA e nós, uma turma amadora, fomos lá e ganhamos. De certo modo, isso foi realmente importante, já que O CA é um dos eixos, uma das pontas de lança do PT no "Movimento Estudantil". As preocupações dizem respeito a isso, à responsabilidade que vamos ter agora lá, ao medo de não conciliar com estudos, às cobranças de minha mãe... Sobre tudo isso eu não sei, só sei que é a primeira vez que sinto que fiz algo um tanto quanto "grande".

sábado, 16 de setembro de 2006

Olha só, muito preocupado, muito preocupado MESMO. Daqui a algumas horas digo os porquês.

domingo, 10 de setembro de 2006

vade retro

Um dia um demônio soprou em meu ouvido...Bem, eu não sei se era um demônio ou se era o Demônio, tinha muito enxofre ao redor, eu estava com nojo, queria chegar em casa logo. Mas como eu dizia, num dia um demônio soprou em meu ouvido alguma coisa como "Tu não vais saber pra onde anda". Não contei isso aos leitores do figueira antes, porque eu estava dormindo durante esse tempo todo. Dormindo e preocupado. Preocupado com o que tinhoso disse.
Se há uns 4 anos eu não era uma espécie plena de eufórico, ainda sentia satisfação em ir à faculdade, encontrar pessoas, encontrar uma menina, pensar que num futuro próximo alguma coisa maior eu seria. Passou-se um tempo e vi que não era uma espécie plena de alguém que sabe lidar com garotas e que ser um pouco maior talvez não fosse algo tão grande, ao menos não daquele jeito imaginado. Algumas pessoas no meio do caminho fizeram-me acreditar que havia um suporte, que havia um caminho, que havia um fazer para o qual estava eu preparado.
Faculdade, livros, escrever, a garota, as garotas, os suportes, o caminho, tudo isso parece embolado na minha vista. Tudo turvo, muito turvo e um pouco mais esquisito do que minhas mais estranhas expectativas me apontava.
E sempre tenho a impressão de que sou mais inocente que todo mundo. Não daquele jeito que te leva para longe dos cramunhões- eles estão soprando aqui e ali, isso dá pra perceber- mas de outro, que me diz que todo mundo, que todo o mundo, que todas as coisas movimentam-se e eu preciso acelerar, passar a marcha, bastante complicado para quem não sabe dirigir e/ou é um barbeiro nesse Trânsito.

PS: Eu faço posts sobre acontecimentos, hein?

terça-feira, 5 de setembro de 2006

relatório figueira (de volta)

Estou numa chapa que concorre ao Centro acadêmico lá da faculdade, mas tenho receio de que as coisas possam degringolar por alguns erros nossos. Então, além de pensar na chapa e fazer as atividades habituais, não tenho feito muita coisa.
Ah, teve o psicoteste hoje. Chegou um momento(o teste do "palitinho") em que cheguei a achar que realmente entendia os psicológos e todos aqueles testes. Mas veio outro logo depois, no final, que eu imagino que somente alguém longe de suas faculdades mentais possa acertar.Pois então, se eu falar que preciso estudar mais, é um motivo para que eu seja agredido por tanto repetir isso, né não?
Semana passada quase reclamei do tanto que parecia ter por fazer, o que é engraçado porque eu sempre falava de não ter o que fazer.
Acho que é por isso que o blog ficou uns dias sem posts.

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PS1: Hum, os últimos filmes que vi foram X-Men e Superman (este último uma draga fenomenal) e o disco mais recente foi o do TV on the Radio, o que significa que baixando novidades eu não estou. Muito menos ouvindo coisas mais antigas, na verdade. Apenas por informação.

PS2: Comprar livros é o sentido da vida?

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

páginas da vida MDX

Na segunda vez em duas semanas que fui à livraria estava lá um senhor, idoso, possivelmente com mais de 70 anos. Dá para ouvir suas conversas com o interlocutor, sempre mais jovem, já que ele fala em um tom de voz bem elevado. Está lá falando sobre filmes, sobre a qualidade dos de antigamente, reclama de alguns filmes de hoje, faz alguns comentários generosos( "Tom Cruise é esforçado"), outros elogiosos( "a mulher dele, aquela Nicole Kidman, é boa") e da última vez estava gabando-se de ter a maior coleção de filmes de caubói da Bahia(ou do Brasil, não lembro. Acho que ele se restringiu à Bahia mesmo), 559 filmes. Falava também sobre Cecil B. De Mile e sobre um filme que somente outros três colecionadores tinham porque ele tinha emprestado, sem esquecer de responder às indagações do porquê de não ter uma locadora.

Até seria engraçado, curioso, pitoresco, se depois que ele saísse, tanto o interlocutor como os vendedores da loja não resmungassem, como que aliviados de sua saída.

Donde se conclui: A solidão é uma desgraça.

culpa católica



A constante sensação de estar errado. Se eu pudesse definir "culpa católica" é assim que eu a definiria. Estar errado desde que nasceu, por uma coisa que aconteceu pouco depois da Criação. Nunca estou convicto bastante do que quero, nunca estou certo o suficiente quanto ao que devo fazer. Cada passo, 34 perguntas, cada pergunta, 34 desconfianças quanto ao que penso, digo, como faço essas coisas. Talvez este tenha sido o motivo de ter ficado inerte tanto tempo. O medo.
Covardia é das piores características que uma pessoa pode ter, porque aliada a um pouco de insegurança simplesmente emperra tudo. Mas eu falava de culpa católica. Ainda que eu só tenha pisado em uma Igreja umas 3 vezes em 3 anos, que há uns 8 ou 9 eu já não realize tudo o que me faria um católico, não consigo me desvincular de certas coisas que aprendi e em que acreditei(acredito bastante ainda, de certa forma). De todas elas(e acho que é uma das formadoras do meu caráter), a que restou mais forte é a sensação de estar pecando a cada passo, a cada ato. É a constante sensação de estar errado, de que há uma vigilância em cada um dos meus passos tortos.
Como eu sou uma figura barroca (portanto, esquisita, soando ridícula e exagerada, apaixonada e sempre ambígua e contraditória), o outro dado da personalidade é a confiança de estar em alguma espécie de caminho trilhado, um caminho correto e glorioso. Está feito, então, o cenário para derrapar, tropeçar, ralar a cara no chão e ser motivo de chacota. Aí é a hora de me centrar na culpa católica e botar a mão na cabeça.

sábado, 26 de agosto de 2006

páginas da vida II

- Me desculpe, mas fez quantos anos, Rafael?
-19.
-Não parece não.
-Por quê? Parece mais?
- Não, parece menos. Tem cara de criança.
- Hahaha
- É, tem uns de 19 anos com a cara de "véi", toda acabada.
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Isso quem me disse foi Israel, um assistido lá do SAJU.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

radicais-livres

Um argumento dos mais irritantes numa discussão é a "negação da radicalidade". Esse consiste na desqualificação da opinião alheia por ela supostamente ser extremista demais, ou por pouco realista ou por intolerante. O grande problema aí é que o suposto anti-radical sequer parte para avaliar o conteúdo dos argumentos do outro debatedor. É uma desqualificação "a priori" que empaca o debate e,pior, pode fazer parecer que o radical esteja errado, ainda que não esteja.
Claro que é preciso pôr em termos o que é "certo" ou "errado", mas creio que sempre se deve buscar algo chamado "verdade"(ainda que em termos relativos, como muitos preferem). Os "moderados" sempre usam o exemplo "fim de debate" que é equiparar o "radical" a Stálin, Hitler, ou , se mais modernos, Bush e Bin Laden.
Ora, afinal o que é radicalismo se não defender convictamente no que se acredita? Não há problema algum em ser um radical, desde que a idéia defendida não seja errada.
Como isto aqui está soando abstrato, termino com dois exemplos de conversar minhas na faculdade, por acaso com um mesmo colega. O primeiro é do ano passado, quando ele dizia que Palocci era um petista diferenciado e admirável e eu dizia ele não diferir de outros, inclusive no quesito autoritarismo. Depois do episódio do caseiro, o que restou a ele a não ser algumas risadas e "eu não disse bem aquilo"?
Outro exemplo é minha posição quanto a um professor nosso, que extremamente irresponsável(é bem verdade que está muito longe de ser uma avis rara na FDUFBa), não cumpriu o programa, além de ter dado aulas curtas, isso apesar das expectativas para as aulas deles terem sido as maiores possíveis, visto que tem um contrato com uma editora nacional, é palestrante renomado e conhecido como uma das cabeças do "Novo Direito Civil"(ao menos assim o vendem). Eu digo que não consigo esperar mais nada razoável dele depois do que vi ele fazer nas aulas. Meu colega também é crítico quanto a ele(duvido quem não o seja entre os meus colegas) diz que é preciso "ponderar", que ele é razoável, possui conhecimento. Poderia ser um irresponsável, mas não seria de todo ruim. Ok, claro que eu não o considero o mais fraco dos professores do Direito, mas não é porque ele passou em primeiro em um concurso que ele não merece críticas virulentas. Muito ao contrário, merece até mais críticas.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

mellitus

Revelar que eu tenho diabetes é sempre um problema. Não pela doença em si, não tenho grilos quanto a falar sobre o assunto, acho bastante normal, adapto-me bastante, não sinto nenhuma forma de depressão por não comer doces (ok,dietéticos são piores, isso é inegável, mas dá pra viver mais do que numa boa- talvez bastante mais pobre), nem me sinto diminuído por tomar 13 unidades de insulina por dia. É óbvio que isso não é motivo de vergonha para ninguém. Até porque minhas ilhotas de Langerhans estarem sendo destruídas pelo meu organismo sem que eu pudesse fazer muita coisa nunca poderia ser vergonha.
Mas o quê, eu disse "revelar" logo ali no começo. Estaria eu me traindo? Na verdade, assim como não é motivo de vergonha, também não é de orgulho dizer que tenho diabetes. E quando eu falo isso, invariavelmente as pessoas parecem condoídas, com um tanto de pena. "Oh, toma remédio, é? Oh, e você faz como? Vixe, sem açúcar?". Coisa é quando esquecem-se que você é diabético e oferecem alguma coisa com açucar. "Ô, desculpa". Ou ainda, quando não oferecem e falam: "ah, você não pode". Isso tudo é bastante constrangedor, não tanto por me lembrar do que não posso fazer(disso eu me ocupo quase toda hora), mas mais ainda por eu sempre pensar que as pessoas estão me vendo como alguém frágil, um diferente. Não que eu não goste de atenção especial, de um cuidado extra, claro que não, eu gosto mesmo, meu ego é bastante grande para ser massageado dessa maneira, mas sempre tenho a impressão de que a diabetes "fragiliza" ainda mais a imagem que as pessoas têm de mim (assim como a história do novinho inteligente, de dois posts atrás).

É incrível que nos últimos posts , quanto mais velho eu fico(afinal, o tempo tá passando), mais eu pareço um adolescente resmungão e preocupado com o que os outros pensam de si.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

O algo mais


Vai fazer uns três anos que não dou muita bola para aniversário. Até 2002, era um dia bastante esperado, não por festas, nunca fui de fazê-las, nem exatamente por presentes, já que no mais das vezes os presentes são livros e roupas e especiarias que em qualquer época do ano podem ser compradas. Era um dia esperado porque afinal era um evento, era um dia que eu achava meu, centralizado, um pouco das atenções, afinal, deveriam estar voltadas para mim.
Não é exatamente um desânimo, talvez esteja mais para um 'choque de realidade'. É um dia como qualquer outro, só que alguns(e o tempo vai aumentando esse alguns) anos atrás eu simplesmente não estava por aqui. Deveria servir para fazer um balanço, prospecções, mas acho que já faço isso até de mais.
Tudo isso eu digo porque certas pessoas me perguntaram o que eu iria fazer no dia de meu aniversário(por acaso, é amanhã). Eu não sei. Ir ao bar? Restaurante? Não fazer nada? Gastar dinheiro na livraria? Nossa, isso tudo parece bem pouco. Falta o algo mais. Dêem-me isso de presente, ok?

terça-feira, 15 de agosto de 2006

prontidão



Duas coisas acabam recorrentes quando eu estou a reclamar de meus erros com alguns amigos( amigas, na verdade): 1- Que eu sou "inteligente" e 2- Que eu sou bem novo. Ah, uma outra pessoa já levantou que eu "entendo de política", que isso realmente era uma qualidade, etc... Ok, não vou rebater essas qualificações, porque no final das contas acabam servindo a meu ego. Imagino que seria bem pior ser chamado de burro, de velho( não que eu esteja desdenhando da maturidade, minha encanação com a velhice tem a ver com outra história, que daqui a uns tempos vira post) ou de alienado... Ops, ser chamado de "politizado" ainda é uma espécie de xingamento, né? Enfim...

Essas coisas aí de cima, por mais que me envaideçam de um lado( e eu tenho um lado bastante envaidecido e egocêntrico), por outro me chateiam. Chateiam-me porque parece que me distancia de todas as pessoas, como se eu fosse um diferente. Isso ouvido de garotas, então, só faz parecer a vala maior em uns 19436 metros. Não é agradável, ainda mais porque essa espécie de "solidão" é bem diferente do que se espera da juventude. Ah, a juventude...

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

marcola e o mulato inzoneiro

A última ação de repercussão que é atribuída ao PCC foi o seqüestro de um repórter e um assistente de direção da Globo há 3 dias. Ambos foram entregues com vida, mas o canal teve de ceder a uma chantagem: Exibir um vídeo de uns três minutos com uma declaração crítica ao sistema prisional e a favor de que se cumpra o "Estado Democrático de Direito" (sic). Que isso não tenha sido comentado à exaustão em rodas infinitas de discussão já é um sinal de que o país vai mal das pernas. De certa forma, já uma espécie de anestesia tomou a população. Ok, o oposto disso( o pânico coletivo, o temor desesperado) não ajudaria mais e talvez fosse tão perigoso quanto a inércia. Mas um pouco de cuidado e atenção não faz mal a ninguém.
Somente nos últimos 3 meses( menos que isso, na verdade) diversos ataques do PCC tomaram o Estado de São Paulo. Ataques contra policiais, agentes penitenciários, Ministério Público, etc... As autoridades do Estado são constantemente desrespeitadas e desmoralizadas. Uma briga de constranger o mais cínico dos hipócritas tomou tento entre o governo de São Paulo e o federal(sendo que mais patéticas ainda são as tentativas de conciliação), de modo que a incompetência das mais diversas esferas de governo acabaram turvadas pelo disse-me-disse, por algumas bravatas e até por reclamações justas. Alguns pontos nesse debate devem ser lembrados:

1- O governo Lula tem um investimento pífio em segurança pública, na construção de presídios federais e na segurança das fronteiras. Investe menos que o governo FHC.

2- O governo FHC já teve uma atuação débil nessa área. Já desde antes até dos anos FHC na presidência que os índices de violência do país vêm aumentando de uma forma escabrosa e muito menos do que é necessário para debelá-los é feito.

3- O governo de São Paulo também em algum grau foi ineficiente para combater a violência e a insegurança do Estado(assim como em maior ou menor grau, os governos dos Estados de todo o país também foram inertes). É bem verdade, porém, que vem ocorrendo queda de índices de homicídios e latrocínios no Estado, o que é um ganho, claro. É importante saber, porém, até que ponto isso tem a ver com a política do Estado e o quanto de influência da organização e (possível) centralização do comando da criminalidade.

É quase um consenso que quem alimenta a violência no país são os jovens entre 18 e 24 anos. Quando digo alimenta, são as pessoas que cometem e acabam sendo atingidas pela própria violência. Seriam esses os jovens, que sem perspectiva de crescimento na vida, cometeriam crimes contra o patrimônio e seriam atraídos pelo rentável(e mortal) comércio de drogas. Não duvido desse prognóstico, mas duvido que somente os problemas da desigualdade social e das poucas chances de ascensão real econômica, por si só, levem alguém a cometer crimes. Há dois componentes que não podem ser desprezados: Um é o componente moral, algo que vem sendo constantemente destruído no Brasil, principalmente a noção de respeito ao outro que não alguém bem próximo(um parente, um apadrinhado); Outro é o componente institucional: o Estado dá a impressão de que não representa, de que pune mal e só pune os "não" amigos, os que não são parentes, amigos, escravos ou o que for dos agentes públicos. Não se há de menosprezar, claro, o componente econômico que perpassa tudo isso, mas está longe da associação mecânica que muitos, entre eles o presidente da República, fazem entre pobreza e violência. Sempre é mais complexo.
A questão do "crime organizado" é bem mais complicada do que um amontoado de pretos pobres batendo carteira e vendendo pó e erva em bocas de fumo nas esquinas de tudo quanto é cidade brasileira.O que Marcola e seus semelhantes no resto do país fazem é um desafio a um Estado Democrático, é um enfrentamento armado à sociedade. Já se passou há um tempo de ser algo incipiente. A entronização do crime no Estado é um capítulo relativamente recente porém tem um efeito de devastação atômica na ainda jovem democracia brasileira. A julgar a desimportância com que o tema vem sendo tratado por políticos, inclusive os candidatos à Presidência e pela alternância entre choque e inércia, quase demência da sociedade civil( OAB, ABI, isto ainda serve para alguma coisa ??), a canoa já furou.

O lugar complicado

Ninguém, em tese, é a favor de guerras. Quer dizer, tem aquele pessoal do orkut, mas do orkut não é muito bom lembrar porque ele é a confirmação de que "existe gente demais no mundo"( e essa constatação genial não é minha). O problema de Israel é bem típico. Humanitários, pacifistas, todo mundo quer o fim dos bombardeios, o fim das mortes no Líbano. Só não acho que a questão é tão simples como alguns comentários fazem crer. Não tenho lá grande conhecimento sobre a questão israelo-palestina, mas do pouco que sei, nunca, jamais vou dizer que somente os israelenses têm culpa no que se passa no Oriente Médio. Como também não vou tirar a razão de alguns tantos palestinos. Mesmo a questão do terrorismo é controversa, já que houve terroristas judeus antes da criação do Estado israelense. Claro que não se pode esquecer de toda a história pregressa, da interferência israelense no Líbano e da influência desta no surgimento do Hezbollah. Mas quero me prender a esse caso específico, iniciado com o seqüestro( alguém disse que é captura) de dois soldados israelenses. O que me leva a entender a atuação de Israel é o período recente, os últimos 5 anos mais especificamente. Desde que Israel saiu do Líbano, desde que houve uma cisão na direita israelense, desde que Sharon( e aprendi a detestá-lo nos livros de História e Geografia) ordenou a saída dos colonos de Gaza, o outro lado tentou negociar de forma efetiva? O Hamas e os outros grupos pensaram em depôr as armas? Não foi isso que vi. O mesmo vale para o Hezbollah, que há pouco acabou seqüestrando israelenses e precipitando toda esta crise. O maior problema, a meu ver, é que Israel pode estar jogando "o bebê junto com a água do banho". Até que ponto pode o Estado estar arriscando-se a permanecer em acirramento com outros Estados? Até que ponto Israel pode perder mais ainda o apoio da comunidade internacional? Até que ponto interessa aos israelenses serem vizinhos de uma região conflagrada? Até que ponto terroristas islâmicos podem motivar-se ainda mais com os bombardeios de Israel? Algumas respostas a essas questões, para surpresa de alguns, pode levar a uma afirmação das ações israelenses. Trata-se de uma questão complicadíssima e não ofereço resposta. Os choques entre israelenses e palestinos tem uns 60 anos de história, fora toda a "pré-história". Opinar de forma veemente sempre é leviano. Bem, este é um blog leviano...

domingo, 13 de agosto de 2006

Sobre o PCC, só com calma, ok? Este tema, junto com Israel é no qual mais eu tenho hesitado. Pronto, vou prometer algo: Esta semana, tem posts sobre as duas coisas.

sábado, 12 de agosto de 2006

três coisas

1- Uns livros meus estão com páginas sujas. Visto de lado, dá o aspecto de um livro sujo. Eu achava que era umidade, disseram-me que eram efeitos do suor dos dedos e que não há como limpar. Ainda não estou conformado.

2-A companhia das letras realmente está muito bem com essa coleção de bolso.

3- http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1208200610.htm Interessante, interessante.

Tucano sem asa

Geraldo Alckmin não deveria ter sido o candidato do PSDB. Já estava claro desde o começo do ano( desde antes, na verdade) que esta seria uma eleição difícil, acirrada e a vitória não seria tão fácil quanto a oposição acreditava. Quer dizer, estava claro para quem quisesse ver, o que parece não ter sido o caso de boa parte do partido, que optou por um candidato muito menos conhecido e com índice muito inferior nas pesquisas. A única forma que Alckmin achou para ser o escolhido pelo partido foi rachando-o. A forma para Serra o ser era unindo-o. A mera escolha do candidato já indicava o rumo da campanha...
Entre os que apóiavam Alckmin havia os que rejeitavam o "esquerdismo" de Serra, os que acreditavam na necessidade de um "gerente" assumir o Brasil e também os que diziam ser o atual candidato ao governo paulista ser "ruim de voto". Opa, como pude esquecer-me dos que diziam não ser possível o rompimento da promessa de não abandonar a prefeitura, de que isso seria uma quebra de palavra inaceitável? O tempo vem mostrando o erro desses grupos, ao que Lula e o PT agradecem¹.
Depois do mês passado, todo mundo começou a achar que Geraldo iria deslanchar e que um segundo turno era algo inevitável. As pesquisas das duas últimas duas semanas mostraram que foi uma precipitação. As eleições podem acabar em um só tiro e o desempenho do tucano pode ser pior do que o mais pessimista dos pessimistas esperava. Digo, posso porque sei que é possível uma virada, principalmente com o início do horário eleitoral gratuito na TV. Possível, mas muito difícil. Os entusiastas( ainda os há?) de Alckmin ainda escoram-se nesse horário, como se escoraram no início da exposição que ocorreria a partir de abril, maio...
E qual é o grande problema de Alckmin? A meu ver, o ponto é que o peessedebista não consegue identificar-se com uma bandeira, associar sua campanha com um projeto de governo, com uma intenção, com o que fosse. Em 94 FHC identificava-se com o Real. Em 98, com a estabilidade, a continuidade do trabalho. O Lula de 02 acenava com uma desejada mudança de ares. Agora, identifica-se para alguns setores como o anti-reacionário(apesar de ter um governo não tão mudancista) ou como aquele que faz algo para pobres, um político mais "do povo" dentre corjas que assolariam o Congresso. Alckmin identifica-se com o quê? Pra falar dos derrotados nas últimas campanhas, o Lula de 94 e 98 era o mudancista radical, o "anti" por definição: contra o establishment político, contra privatizações, contra negociatas, etc... Serra encontrou problemas porque nem se sentia tão à vontade na defesa do governo muito menos em se portar como quem poderia realmente encampar mudanças (num discurso assim, correria o risco de servir de escada aos oposicionistas).
Alckmin já tentou identificar-se como o candidato da economia dinâmica, dos juros baixos, crescimento do PIB. Tentou ser o anti-corrupto. Até agora, nenhuma das duas "faces" mostrou-se adequada para angariar votos, até porque foram tentadas de forma incompetente e insuficiente. Qual o plano de vôo para a economia? Qual a grande bandeira e como isso vai influenciar na vida de todos os brasileiros? Os tucanos não apresentaram respostas nem no economês muito menos fora dele, aliás os projetos de governos há muito já são só peça de ficção. O que Alckmin propõe exatamente pra diminuir a corrupção? A própria oposição não mostrou firmeza na hora de cortar a própria carne, nos casos Brant e Azeredo e passou a idéia de que é igual ao governo nessa seara.
A única coisa que foi feita decentemente foram algumas críticas ao governo, mas acabaram muitas vezes ofuscadas pelas crises das Sanguessugas( num escândalo Governo-Congresso, no qual se pode bater muito na atuação do Executivo) e da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Muito da (por enquanto) derrota de Alckmin foi na "guerra de propaganda" com os petistas. Outro tanto encontra-se na anomia que está presente nos políticos brasileiros.

O problema é que para quem quer ganhar uma eleição difícil, a necessidade de formular, propôr e motivar o eleitorado é dez, cem, mil vezes maior para quem quer manter-se no cargo.


1- Serra vai abem nas pesquisas em SP, apesar de todo o problema com o PCC. E, bem, para ser candidato ao governo ele teve que deixar a prefeitura, né? Não consta que os paulistas( e os paulistanos, principais interessados no assunto) tenham retaliado a decisão do tucano. E quanto ao esquerdismo, parece-me melhor alguém que saiba que rumo quer implantar na economia para lá de chavões. E eu duvido muito que Serra seja um estatista extremo. Agora, anarco-liberais e miniarquistas arrumem um candidato, agrupem-se em um partido porque esse tipo de liberalismo que vocês desejam estão longe de aplicação prática no momento.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

jota ene entrevista...

Não vou mais numerar os posts sobre política, ok? Aqueles só foram numerados porque foram um atrás do outro, mas chega desse negócio de organização porque vai ficar feio o CXXIV.
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A essa altura( em internet, 3 horas parecem muita coisa) já vi comentários de que Lula foi sublime, de que Lula foi tosco, de que Bonner e Fátima, o casal vinte foram rigorosos, de que foram complacentes, mas ainda não cheguei a uma conclusão exata.
De certa forma, a entrevista foi um anti-clímax: Lula não falou nenhuma bobagem tétrica (ao estilo do critério científico de identificação racial do debate de 2002) e por outro lado não foi tão bem assim. Estava nervoso, visivelmente tenso durante as perguntas e as respostas que ele deu só responderam suficientemente a quem está tão cego na sua aprovação a tudo que Lula possa fazer.
Por sua vez, Bonner demorou uns 3 minutos( que parecem horas) na primeira pergunta e não me pareceu que o casal tenha imprensado o candidato à reeleição em algum momento, ao contrário do que fizeram com Alckmin. Isso aconteceu porque os entrevistadores foram incisivos, sempre inquirindo no espaço dado pelo tucano. Se se pode falar em defeito do Alckmin foi de ter respondido "dando espaços". Heloísa Helena aprendeu e quase não deixava os jornalistas falarem, no que em alguns momentos, soou como falta de educação, quase destempero, mas em outros soa como firmeza, determinação.
No caso de Lula, nem foi tanto como Alckmin, nem como Helena. Deixou os jornalistas perguntarem, perdendo muito tempo, o que para Lula foi positivo já que suas respostas limitaram-se a evasivas rasas. Não foram os jornalistas "chapa-branca" como em algum momento chegou-se (eu, inclusive) a cogitar, mas também não foram tão implacáveis.
Como para Lula o que importa é não errar, creio que com a entrevista de hoje ele mais ganhou do que perdeu. Alckmin só perdeu à medida em que deixou de ganhar votos, enquanto HH pode ter consolidado sua fatia de votos.
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Não falei de Cristovam, que é um candidato razoável, mas que parece querer passar sempre a imagem do "homem bom, professor doidinho mas bem intencionado". Ele não foi tão bem, não foi tão mal e nem vem conseguindo ditar a agenda da educação, que é o que parece ser sua meta, já que ele mostra total desinteresse em falar sobre qualquer outro assunto. A continuar nessa toada, será uma candidatura em branco, o que de certo modo é triste(pelo tema) mas é compreensível(pelo modo chocho como vem sendo exposto o tema).

páginas da vida

Depois de uma longa espera( vá lá, não que eu estivesse realmente tão atento a isso), vi na banca "V de Vingança". Arrumado o dinheiro, chego para pagar. A mulher da barraca de revistas, vira, olha o preço( R$ 39,90) e arregala os olhos.

- 40 conto!
- É, hehe (envergonhado)
- Ê Coragem!
- Ô, ...

sábado, 5 de agosto de 2006

política IV: Rondônia é o fim do mundo?

Rondônia é o fim do mundo? Acredito que não. Calma, rondonenses, não estou falando de vocês, não se preocupem. Estou falando da operação da Polícia Federal que prendeu os presidente da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Justiça do Estado, fora os indícios e provas de envolvimento de 23( dos 24) deputados estaduais e de funcionários do Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e (é, calma que não acabei) do Tribunal de Contas. Enfim, tudo quanto é instância do Estado foi tomada de assalto por ladrões.
O histórico de quadrilhas assaltando o Estado brasileiro não é novidade, mas sempre que surge um escândalo dessas proporções o susto, o impacto e a decepção sempre são maiores. Quando se pensa que é chegado o fundo do poço, há um pouco mais a descer.
Particularmente isso me assusta à medida em que percebo que em maior ou menor grau a profissão que escolhi( ou que vai-me escolher, nunca se sabe) está ligada a toda essa... hum, sujeira? imundície? realidade?, e que eu não sei se estou pronto ou se tenho coragem para tudo isso.
É o fim, é o fundo do poço? Não, nunca é. Claro que à primeira vista(e em uma segunda, terceira até) seria mais um motivo para descrer em instituições políticas, políticos, democracia , Justiça, etc... mas minha teimosia intui que esse tipo de descrença só vai servir de ponte para figuras mais abjetas e autoritárias tomarem a cena e pisarem em cabeças, o que só é uma bela forma de torrar minha paciência, coisa que definitivamente não é algo que eu goste que façam.

À luta. O que diabos isso significa?

ps: Heroísmo tem seu pai.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

política III: patetada no DF

A proposta de Nova Constituinte de Lula é tão imbecil que nem merece meu comentário. É imbecil porque não há nem indícios de mobilização e efervescência política no país para que exista uma coisa dessas. Imbecil porque é mais uma forma do sr. Presidente esquivar-se da responsabilidade pela crise política no país. E mais imbecil ainda no sentido de que soa desinteressada à príncipio, mas alguém duvida quem vai dominar o processo? Bem, Lula é patético a não mais poder, mas não foi para xingá-lo que isso aqui foi feito.
Quero falar é da aprovação unânime pela Comissão de Constituição e Justiça do projeto que extingue a reeleição. Deputados governistas e da oposição já deram suas entrevistas aplaudindo o projeto. Um acontecimento desses é do tipo que parece extinguir toda a crença da pessoa na democracia. Não extingue porque sempre se vê que pode piorar( Meu medo é que não vejam sempre...).
É óbvio que ninguém duvida que a emenda de 97 que institui a reeleição para os cargos executivos no país possuiu uma grande força casuística, que era a intenção reeleger FHC, que não havia candidato tão forte ou que aglutinasse tanto na base governista. O problema não é exatamente este, já que muitas vezes uma medida certa é aprovada por razões não santificadas. Política não é feita em monastério, e isso nem é exatamente um defeito. A questão é que reformar uma reforma desse naipe, que diz respeito à organização direta de um poder, algo que se não é feito para ser eterno, ao menos para durar um longo período mais do que mostrar que o que é aprovado no Congresso o é menos por convicção dos seus pares do que por qualquer outra coisa, mostra que NADA mais é levado em conta( e essa é uma crítica que no caso específico diz bastante respeito a tucanos e pefelistas). Que no processo político releve-se certas "veleidades" pode não ser de todo desejável mas é perfeitamente compreensível. Que se ignore completamente qualquer compromisso que não um interesse direto, evidente e sem base intelectual é levar o regime democrático a correr um risco sério. Sério como o de uma proposta imbecil.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

política II: ainda a província

No Correio da Bahia(jornal da família de ACM) de hoje saiu uma nota em que metade do PDT não estará na inauguração do comitê de João Durval em Feira de Santana por não querer a associação imediata do partido ao PT, o que está difícil na Bahia pela associação branca Wagner-Durval. Tudo indica que o PFL não desistiu de Tourinho ainda. Por isso, meu texto pode parecer bastante enganado a príncipio. A príncipio...

segunda-feira, 31 de julho de 2006

política I: província

Existem 3 candidatos que realmente possuem chances de ganhar a eleição para o Senado Federal aqui na Bahia: Rodolfo Tourinho, do PFL, Antônio Imbassahy, do PSDB e João Durval, do PDT. Salvo engano desde 1986 não se elege um senador no Estado que não saia do grupo comandado(ou hoje, nem mais tão comandado; talvez seja mais apropriado usar o "centralizado na figura do" ) pelo senador, cacique, pai, babalorixá, Antônio Carlos Magalhães. Desde a saída de Imbassahy do PFL, ano passado, especulava-se que nunca em muito tempo houve chance tamanha de isso acontecer, no que eu mesmo concordava. Mas política é algo bastante fluido e muito me diz que não vai ser tão fácil para o PSDB ter um senador...e talvez para isso unam-se PT, PDT e PFL.

1 . O Petismo...

O PT, ao contrário do que tradicionalmente faz, não lançou candidato ao Senado , limitando-se a um apoio informal a João Durval. Não pode ir além desse apoio informal devido à verticalização que impede que dois partidos com candidato próprio à Presidência da República, coliguem-se nos Estados. Chegou-se a cogitar que o PMDB, que aqui se coligou aos petistas poderia lançar um candidato ao Senado, coisa que não teve andamento, vez que Geddel não poria em risco seu mandato de deputado federal. A grande surpresa, aliás, foi o apoio do peemedebista ao PT, já que sempre foi considerado um fiel aos tucanos nacionais. Do jeito que ficou, o PT apóia João Durval, mas não pode deixar explícito isso no material de campanha.

2. Os Carneiros

Dificilmente um comportamento pode ser tão tatibitate quanto o do prefeito de Salvador, João Henrique, filho do candidato pedetista ao Senado. Em meio a uma base aliada que mistura tucanos, petistas, peemedebistas e mais outros num balaio de 15 partidos, com uma prefeitura no limite orçamentário ( ou deste já passado), o prefeito dividiu-se entre a fidelidade a um partido que desde o começo o apoiou(PSDB) , a um que o apoiou no segundo turno da eleição de 2004, hoje com o governo federal e suas apetitosas verbas(PT- ainda que essas verbas não tenham sido lá tão generosas assim) e o que detém o governo do Estado ( PFL). Resumo da ópera: JH faz mais uma prefeitura cosmética, vai levando a administração num banho-maria que se não destrói, pouco faz de inovador à cidade e degolando crises: denúncia no governo, problemas entre a base aliada, seu próprio partido e seus familiares além da corrida eleitoral, claro.
Depois de fechar um acordo com o PSDB, o PDT refugou, vez que a verticalização das candidaturas foi mantida. Foi então que o prefeito declarou apoio ao PT, negou, declarou apoio novamente, ficou calado, para só aí então, há um dia do fim do registro das candidaturas, seu partido coligar-se com o laranja Átilia Brandão do nanico PSC.
Mas isso não é tudo. A base aliada já reclama que o prefeito movimenta a máquina municipal para eleger sua esposa, seus irmãos e seu cunhado no pleito de 06. Isso sem falar no "rompimento branco" da aliança com o PSDB citada no parágrafo anterior, já que Durval agora é candidato a uma vaga que os tucanos esperavam certa, caso fosse Imbassahy o único candidato da oposição.

3. Carlismo

O PFL lançou seu candidato mais fraco ao Senado em muito tempo(Er... Houve César Borges em 2002, mas os votos do interior ainda garantiram a vaga), principalmente se se levar em conta o perfil do candidato-chave dessa eleição, que é o agora tucano Antônio Imbassahy, extremamente forte na capital e possivelmente bem votado em cidades maiores do interior. Rodolfo Tourinho participa de sua primeira campanha e sofre certos riscos de não vencer, o que se não é uma derrota fragorosa do grupo de ACM, já é um arranhão no conjunto de vitórias alcançados desde 1990.


Ainda não vi nenhum comentário a respeito, mas arrisco um palpite: Vejo grandes chances de que o PFL apóie Durval (um apoio não explícito, mas uma recomendação interna de voto às bases, p. ex.) se ficar claro que Tourinho não possa ganhar. Uma derrota de Imbassahy seria uma derrota imposta aos "traidores"( vale dar uma olhada no discurso em Feira, semana passada) e ao pedaço do PSDB baiano que não quis se alinhar às candidaturas do PFL *. Além do mais, uma vitória de João Durval nessas circunstâncias, no mínimo deixaria o prefeito da capital numa situação embaraçosa, o que renderia dividendos políticos ao PFL já em 2008.

É assim que sem perceber (?) PDT e PT estão carlinizando-se.


* do ponto de vista nacional, pode-se até questionar os motivos, mas estes não são tão relevantes para este texto.

domingo, 30 de julho de 2006

dica do mestre

Fórmula 1 é um negócio muito chato.

sábado, 29 de julho de 2006


Quando há uns 2 ou 3 meses assisti "Terra em Transe" fiquei bastante incomodado e de certa forma com uma dor de cabeça. Tudo bem, eu estava acordando todo dia 6 da manhã, ia dormir mais de meia-noite, tinha ""aula"" à tarde, dias de terça e quinta, etc...Teve todo aquele problema do começo do ano, eu não conseguia me concentrar, mas não é a esse tipo de dor de cabeça que me refiro.
O filme é catártico, extravagante(não necessariamente um elogio), vigoroso, pretende-se portador de uma mensagem, de uma poética que é toda muito esquisita. Ok, é um belo prenúncio(ao mesmo tempo diagnóstico) do que viria a acontecer(e já acontecia) no Brasil: demgagogos picaretas apoiando-se "no povo", um reacionário demente e salvacionista com um conservadorismo mais estético do que qualquer coisa, um representante da mídia oportunista e doido por poder e no meio disso tudo, um assessor, Paulo, um jornalista bem intencionado. Mas o que me interessou foi o dilema do personagem principal.
O grande dilema, à primeira vista, parece ser "Revolução" ou "Concertação", mudanças abruptas ou lentas, "o que fazer?". Paulo, a um momento irrita-se com a pusilanimidade do demagogo (o ator é Lewgoy) e rompe. A mensagem final do personagem é puro desespero e é uma espécie de "explosão das canções em desatino" e o que é pior de tudo, soa patética a quem está de fora. Como eu disse no parágrafo anterior, se o dilema do filme parecia ser o dilema de todo esquerdista a alguma altura de sua vida, uma análise mais cuidadosa verá um dilema maior: O que se apresenta diante de qualquer pessoa, o dilema entre escolher uma ação X ou Y, medindo a moralidade dos atos, se os efeitos serão realmente benéficos(no caso do filme, se benéficos para "o povo" ou não). Ao redor de tudo isso, a inevitável conclusão -e aqui reside o incômodo- de que não basta ser bem-intencionado e de que ser "puro" em relações humanas, muitas vezes significa não estar pronto para viver.
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* A história lembra muito o Chile de 73. Se bem que não sei se era esta a visão de Gláuber Rocha sobre Allende.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

ops

Para vocês verem como as coisas são. Eu já ia escrever sobre o projeto do Pastor Amarildo, aprovado pelo Congresso que aumentava para 23 as prerrogativas dos jornalistas. Ia aproveitar para falar sobre corporativismo, essa praga que assola o tal do mundo do Direito inclusive. Mas Lula já vetou e o gancho meio que se perdeu. Mas o texto sai outro dia, ok?

amenidades, criança

Uma vez falei que a quantidade de informações ao redor estava absurda e tinha a sensação de que não conseguia acompanhar nada. Disseram-me que eu estava crescendo. Não duvido, mas acho que isso tem muito a ver com internet.
Acesso a internet desde 1998, lembro bem que o dia em que instalaram o computador aqui em casa foi um dia de Copa do Mundo, passava um jogo do grupo do Brasil na TV. De início, só usava para ver notícias sobre futebol, até imprimir escalações de jogo-treino do São Paulo, o que convenhamos é aceitável para um fundamentalista hardcore, coisa que deixei de ser um pouco depois, afinal eu nunca me dedico a nada por tanto tempo assim.
Depois passei por diversos assuntos nos mais variados graus de interesse, só que com uma regularidade doentia mesmo só no último ano é que passei a acompanhar a rede. Por doentia, entenda-se de forma diária, quando não diária, os dias seguintes servem para vasculhar o que estava por aí na minha "ausência". O diabo é que nunca, nunca, nunca alguém vai conseguir acompanhar nem um milionésimo do volume de informações que abundam a rede. Jornais, blogs, fóruns de discussão, portais, 1000 opiniões diferentes sobre 1003 assuntos, 453 pontos de vista, tudo isso parece demais. Parece demais principalmente quando se compara a um tempo atrás, quando o máximo que eu lia eram algumas revistas, jornais, etc.
Claro que a disponibilização da informação e da pluralidade das opiniões é coisa maravilhosa, e eu jamais vou reclamar disso. A internet é genial justamente por isso. O grande ponto é como organizar a mente para que se possa pegar essas informações, digeri-las, entender o que está acontecendo, sem virar um gagá que parece que esqueceu tudo e sem deixar de lado os livros e as outras atividades da vida(ah, e sem pegar uma LER-agora é DORT, acho).

Mas de que outras atividades da vida estou falando? Até parece, até parece.

terça-feira, 25 de julho de 2006


Este aí sou eu.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

o reacionário

Tem horas que eu me sinto o cidadão mais conservador do mundo. Minha barriga cresce, um hirsuto bigode aparece na minha face, o fraque engomado, a cartola em uma mão e a bengala na outra, pronto, sou o próprio Reaça.
Eu, que me acho tão tolerante, tão aberto a divergências, às vezes fico com a impressão de um anacronismo sem tamanho no que penso ou digo. Não que isso me faça mudar de idéia, claro.
Alguns exemplos estão

Aqui e aqui.

Outra coisa: hoje estava um professor lá da faculdade num programa de TV, falando sobre relações de trabalho. A certa altura, uma telespectadora perguntou por e-mail o que fazer com uma empregada que teimava em limpar a janela do apartamento do lado de fora, ainda que fosse proibida por ela(patroa) de fazer tal coisa. Diz o professor: " Bem, é o caso de proibir e caso não acate a proibição, a sra. corre o risco de ser responsabilizada, portanto, é melhor cortar as relações de trabalho".

Ele realmente acha que as coisas funcionam assim? Que as pessoas gostam de ficar desempregadas? Estado porreta esse que interfere até nos riscos que a pessoa corre desse modo, não?

Sei não, sei não. Eu sou um homem do século retrasado, só pode ser isso.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

segunda-feira, 17 de julho de 2006

“Esse negócio das pessoas dizerem que têm que gozar junto, que é isso que faz nenen, é tudo mentira, porque fiquei sem gozar dos meus 14 aos 45 anos... Pra mim era tudo normal... o homem terminava e eu também... Daí, eu colecionava discos do Roberto Carlos e, aos 45 anos, ganhei um LP dele. Botei na vitrola a música ‘Côncavo e Convexo’ e fui dormir. E quando acordei, estava com a perna suspensa, a calcinha na mão e toda babada. Comentei com as amigas..., elas disseram: ‘você gozou!’. Aí que vim saber o que era gozo. Moral da história: sou uma mulher de 68 aos, que homem pra mim não faz falta, eu mesma dou meu jeito.”


Um dos grandes momentos do ano.

Mais aqui, crianças: http://ofuxico.uol.com.br/Materias/Noticias/2006/07/27564.htm

os tempos são ...

"O princípio fundamental da existência é a mudança"- isto alguém me falou e eu guardo, se não como verdade, como uma frase interessante. Um acontecimento banal, a saída de duas pessoas do plantão lá do SAJU- que todo cidadão que se preze sabe bem o que é, faz-me pensar mais em uma vez em mudanças e como este tipo de coisa deixa-me atordoado.
Imagino que são dois os motivos. Mudança lembra que existe um fim, para as coisas, situações, para aquela rotina que só deixa de parecer modorrenta quando vira memória, que é um negócio satisfatório e triste. Se bem pensado, todos estes fins remetem àquele, à hora temida, ao Grande Medo, que é o fim de cada um(e tomara que não seja assim um fim).
Mudança também é provocação e lembra que é possível, mais do que possível, que é preciso procurar alguma melhora em si, alguma forma de fazer coisas de um modo diferente. É preciso sair da inércia, daquele pensamento choco que ora nos toma naquelas rotinas afáveis mas tentadoramente apáticas, sanguessugas do que se pode fazer.O que se pode fazer é a grandeza e muito da graça(da Graça?) está no caminho.
Se a sensação é de atordoamento, por vezes também o desafio comove. Pelo menos nos dias em que acordo meio heróico, que são os dias dos quais eu rirei(ou lamentarei) quando já estiver irritado com tudo e pronto pra me encantar com a mudança novamente.

domingo, 16 de julho de 2006

zé belé

Sério, sério. Tem horas que dá vontade de parar de conversar porque a memória parece que tá porosa, porosa...

Mas, por enquanto, a desculpa é: Eu não lembro de certas coisas porque não tenho com quem conversar sobre. A desculpa é essa.

sábado, 15 de julho de 2006

"Minha memória está um lixo". Vez ou outra, reclamo disso, como aliás de muitas outras coisas das quais eu não deveria reclamar tanto. Isso acontece quando eu não lembro de alguma coisa que li, principalmente quando lembro de algo, mas não lembro onde li. Dou três exemplos recentes: Em um, eu lembrei de um texto, que imagino ter lido na Folha de S. Paulo(mas já não estou certo disso), em que alguém comentava sobre boa parte dos evangélicos de hoje repetirem o que sempre foi uma característica atribuída e criticada nos católicos, mormente os "não-praticantes": o fato de "desindividualizar" ou coletivizar a experiência religiosa. Sem lembrar de onde li isso, lembrei de uma entrevista num site sobre Alan Moore(tem o link lá no "a plêiade"), em que se comenta justamente sobre os viciados em informação e em sobre como a internet colabora nesse processo. Fui lá no site, mas não achei a entrevista. Pronto, já posso arrancar meus cabelos.
Calma, são muitos. Estava eu no emeesseene (ops, agora é dáblioeleeme) conversando com Éder sobre Olavo de Carvalho e os defeitos que julgamos haver nos textos dele quando vi que eu realmente não lembrava (ou, mais curioso: talvez não tenha lido sobre) o que Olavo falou sobre o fim da URSS. Juntando isso com minhas falhas na faculdade( falta de estudo, excesso de tempo no computador, etc...), já posso me considerar um cafu. Sei que esse tipo de coisa só ocorre porque consumo informação vorazmente, mas nem vou culpar a "sociedade de informação"(apesar de que isso, óbvio, é também reflexo), muito menos vou dizer que só consumo informação, pura, sem reflexão. Dentro do possível, penso bastante, embora de forma assistemática e fragmentada. Este é o maior problema e dentro do possível, é o que precisa ser sanado. Pelo bem da minha cabeça, do que eu escreva e de quem converse comigo.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

a reticência

Sério. Eu queria falar de Marcola, de Kim Il Jong, do Hamas, das eleições, de Lula, de Alckmin, mas poderia falar também sobre leis(respeitar ou não, motivos, problemas, soluções), do que fosse. Acho que até dava para escrever qualquer coisa, mas escrever por escrever é algo absurdo, criminoso e principalmente deselegante- eu só posto de fraque e cartola.
Respirar fundo, conversar bastante(tem uma discípula de Freud me ajudando) e...

glossolalia ( o diário da princesa é sua vó)

É quase fabuloso como eu monto textos ou posts no blog quando estou longe do computador. Como que por magia, os textos somem assim que sento e a telinha branca do blogspot aparece. Minha cabeça está fragmentada. Na verdade, nunca deixou de ser. Música, cinema, quadrinhos, livros, política, conversas, todas as minhas obsessões sempre se dão num espaço que não é todo plano, que é todo cheio de buracos. Passo uma semana sem ler jornais e pronto, houve uma convulsão no mundo. Uma semana sem falar direito com algumas pessoas e pronto, ficaram, namoraram, casaram, tiveram filhos, separaram e já estão amando outras. Os livros acumulam-se na estante, no guarda-roupa, no chão e lá estou eu na livraria comprando mais um. Os buracos na coleção de quadrinhos existem, não são tão dramáticos até porque a promessa que fiz pra mim mesmo quando voltei a comprar hqs( 5 anos e meio já), era que só valia a pena se não fosse para ficar neurótico com "coleção". Bem ou mal, eu acabei ficando neurótico e ao mesmo tempo não preenchendo a coleção, o que é algo, hum, interessante.
Eu poderia falar que estou com medo, que estou ansioso, que tem uma prova final segunda que está ligada a tudo isso, mas que esses sentimentos têm a ver com algo mais. Tem a ver com alguma coisa que aconteceu em 05, que foi uma separação de amigos bem esquisita, já que bastante anunciada, com o que aconteceu no começo de 06 (e essa aqui eu não entendi e não entendo, até hoje, mas já deixei para lá). Tem a ver também com aquele negócio. Com o espanto, o arrepio, o temor de que caso eu procure um estágio, olhem muito pro AF lá e dificultem as coisas...Esse é o temor que só brota nas cabeças vazias, eu sei. Ou nas fragmentadas.
O que me alivia(dá-me alento e algo bonito em que pensar) é ela. E ela nem sabe, o que constrange menos. 20 dias atrás? Mais ou menos isso(engraçado é que talvez não tenha sido nada e eu esteja delirando). Ponto. Evito aqui qualquer trova açucarada, já que insulina é bem cara e o "Figueira Brava" não é diário da princesa, é um blog de respeito.

Este post é o resultado de pouca leitura, de pouca música, de pouca "vida". Mas está melhor do que o que se passa na Coréia do Norte, na Índia ou em São Paulo...

segunda-feira, 10 de julho de 2006

o octagésimo pedido de desculpas

" O diabo de crescer é perceber que existem mais pessoas no mundo, mais pessoas determinadas, melhores e com mais disposição do que você, que não se é tão excepcional, que não se é nada especial, que..."

O parágrafo incompleto aí de cima era um pretenso início de texto, rabiscado por mim no último dia 7, 8, sei lá. Tencionava falar de como é estranho a percepção de que não se é o umbigo do mundo, e de como muitas vezes é irritante a "derrota" própria em relação a vitórias alheias(ficar de férias mais cedo, "vencer" uma prova difícil.Ou mesmo uma fácil.) . Ok, é algo extremamente juvenil e ok, é algo feio, não é um sentimento agradável. Talvez haja muito de competitivo e egoísta(em quem disser neoliberal, eu dou um tapa violento na cabeça), mas eu não prometi que ia ser bonzinho ou mentiroso.
Das mais imbecis sensações que existem, uma delas é a de não se sentir parte do mundo, das coisas concretas, de estar apartado do que parece ser o normal das pessoas. É imbecil porque é parente da impotência e da inércia, que não leva a ninguém a lugar algum a não ser uma lamentação sem fim. Acho que isso é o que mais detesto na carta que Kafka escreveu ao pai. Eu detesto quando sinto isso, porém, acho inevitável. Assim como é esse post, que é acima de tudo, descartável. Viva a blogosfera.

Ah, tudo que eu li de Kafka foram três textos numa tradução da Martin Claret. Erudição é isso aí.

o prazer de decepcionar vol. 12

Isto aqui (http://www.youtube.com/watch?v=5-8fS3HrYbA) foi constrangedor, mas ao mesmo tempo houve algo de sensacional. Calma, não vou começar discurso sobre genialidade ou uma tentadora narrativa do mitológico e do mágico que há o futebol. Em geral, detesto jogadores esquentados. Acho Edmundo uma grande tranqueira e nunca quis que ele jogasse em meu time(apesar de que meu time sempre o quis...). Dito isto, ao jogo de ontem.
Não acho que foi um jogo tão ruim. Foi razoável, apesar dos lamentáveis segundo tempo e prorrogação da Itália. Quebrei a cara porque pedi a Copa toda que Domenech escalasse Trezeguet e quando ele tem A chance, ele vai e perde o pênalti. Mas parece que o título da Itália foi o de menos ontem. O que se fala é "da cabeçada".
É incrível que Zidane tenha caído na provocação que fosse de Materazzi. Com 34 anos, é experiente e já enfrentou zagueiros tão ou mais provocadores(afinal, ele jogava na Itália). Era a sua última partida e talvez estivesse próximo de uma das mais consagradoras partidas finais de um grande jogador(o que Maradona e Romário não tiveram). Ele ia caminhando, e de repente, POU, uma cabeçada absurda. POU, 2, 3 minutos de um juiz perdido, perdido. POU, expulso, fora da Copa.
"Babaca, babaca". Só de alguns brasileiros terem pensado nisso com um certo rancor pelas derrotas de 98 e 06 já me fazem ficar do "lado" dele. "Descontrolado". Que seja, até parece que outros grandes jogadores não desciam o sarrafo quando excessivamente provocados(podemos falar de Pelé mesmo).
O problema é que não era um jogo, era a final da Copa. Ok, uma das piores Copas, mas era a final dele(a segunda, na verdade...). E o ato acabou foi deixando o time da França um pouco mais nervoso- se bem que é bastante difícil de provar que a expulsão de Zinedine esteja diretamente relacionada ao pênalti perdido- e ele fora do jogo.
Mas o que mais me interessou no ato foi a humanidade que há ali. Final de Copa, estrela da Copa, não sei quantos milhões assistindo a isso tudo? Bah, esse cara é muito chato, isso sim. POU.

PS: Quero só ver o que Zidane vai falar daqui a alguns dias...
PS2: Zidane foi 10 contra o Brasil num jogo em que não foi marcado. Foi 7 e meio, 8 contra a Espanha e Portugal(a se considerar que até os 75 minutos do primeiro jogo ele era nota 6) e na primeira fase foi nota 5( ou 4, 4 e meio). Só essas notas dizem muito sobre o que foi essa Copa. Ah, é bem possível que Canavarro tenha sido o melhor da copa. E isso diz muito também.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

1, 2, 3.

eu não entendo é nada.

domingo, 2 de julho de 2006

quartas-de-final

Último dia de junho de 2006 em Salvador. É também último dia para revalidar o cartão de meia-passagem para os ônibus da cidade. Revalidar, neste ano, significar mudar o cartão para uma nova forma, desta vez compra-se os créditos antes de utilizá-los, não se paga mais na hora. Só existem dois pontos de recarga na cidade, um no Iguatemi e outro no Comércio. Para revalidar, a mesma coisa.
Ouvi falando que 50 por cento(mais até) dos usuários já tinha efetuado a troca. Estudantes tinham reclamado e na última manifestação houve até quebra de vidraça na prefeitura. O prefeito disse então que iria suspender a implementação do novo sistema e só a continuaria depois de mais discussão(Vale lembrar que no começo, o estudante era obrigado a comprar a carteira da UNE junto com o cartão. Isto, entre outras coisas mudou, graças ao barulho tanto dos estudantes quanto do Ministério Público.). Certo, certo.Ligo a TV segunda-feira, pouco antes do jogo da Itália e está a repórter lá falando: "Sexta-feira é o último dia para revalidar o Salvador Card". O que, não discutiram? Que surpresa!
Mas vá lá, isso passou, hoje é sexta, é o último dia. Pus o despertador para 8:15. Uma colega liga às 8. Vou pro Iguatemi, ela pro Comércio. No caminho, a cobradora fala: "Último dia hoje, hein?"
Eu digo: "Estou indo revalidar agora". Ela: " uma fila que bate na Universal" Hipersuperduper.
Desço do ônibus, caminho, caminho e vejo a fila. A fila. Dando voltas, um caracol que ninguém entende. Onde é o fim? Onde é o fim? É ali, é por ali, é aqui. Achei, é aqui, é aqui. Andamos, andamos, andamos.Uma hora depois, cadê a fila? Eu não acredito, perdemos a fila. Essa mulher estava atrás de mim, como é que foi para a minha frente? Que é isso? Esgotei toda minha vasta coleção de palavrões e gracinhas( na realidade meu maior patrimônio intelectual). A turma da "Boca do Lixo" ia ficar corada. Minha colega me manda um SMS. "Dá tempo de ir praí? Aqui no comércio dando 3 voltas a fila". Alguém grita: "Eu tava no comércio, pior do que aqui". Ê, pelo menos alguém sofre mais que eu(depois ela me liga e diz que não conseguiu revalidar- tsc, tsc...).
Um sol retado, enorme, quente.Mormaço, já que o céu não estava tão claro quanto o sol quente. "E essa auto-escola que eu não termino? Eu sou imbecil mesmo ou o quê?"Começo a pensar no jogo. "Não vai dar tempo, é meio-dia". Falo isso com quem está ao meu redor. "Que mané jogo, eu quero é revalidar o cartão". Pensei em desistir umas 3 vezes. A fila anda, pára, pára, anda. Já é quase meio-dia. Não vou desistir mais não, que se dane o jogo. E lá vai, o papel na mão, mas a xerox é horrível, não dá pra estudar. Aproximadamente 4 horas depois, está lá na mão o cartão. Atendimento rápido, carregou tudo, dá pra pegar o segundo tempo. Olhei para trás e a fila tava maior ainda.

Eu não me arrependo de ter vindo para Salvador não, viu?

jóbi


Preciso urgentemente de organizar umas coisas. Terminar a eterna auto-escola, arrumar um emprego, ordenar os horários, estudar mais e melhor, com mais disciplina e método. Preciso tomar atitudes(de ordem pessoal, inclusive), parar com olhar complacente para o passado e olhar diretamente para o que eu quero que aconteça. Para que eu não me torne um escravo.
Não que a necessidade do emprego seja financeira ou que eu esteja reclamando do que se passa comigo por agora. Mas é preciso crescer, crescer e isso é imperativo.

o espectro




Minha maior motivação para torcer para o Brasil é que fosse derrubada a teoria da conspiração encampada, entre outros, por Kfouri e por meu tio, a saber, a de que as Copas são manipuladas e que o Brasil seria prejudicado para que não fosse hexa. O fundamento de meu tio é melhor que o de Kfouri porque este esmiuçou o argumento(na entrevista para a Caros Amigos e no blog) de uma forma que dá até vergonha. Você está lá, lendo a entrevista de Kfouri, alguns comentários bastante sensatos sobre futebol e pá, de repente aparece a loucura, a bobagem, um fundamento nonsense- basicamente ele diz que o Brasil vai ganhar em 2010 na África do Sul porque sempre ganha em um país sem tradição. E vai ganhar na copa do Brasil em 14, o que nos levaria ao octa e deixaria um espaço muito grande entre o maior campeão e as outras seleções. Pronto, agora estou envergonhado e nem quero mais continuar o texto.

Passou a vergonha. Voltando... Ah, claro, tem o fato de eu ser brasileiro também e achar que torcer contra é chato, apesar de que aturar as crônicas de Pedro Bial e o excesso de açúcar de Fátima Bernardes e do Jornal Nacional é um suplício para nós, diabéticos. Mas vá lá, aumento a dose de insulina pelo bem da Pátria. O Brasil vinha realizando partidas sofríveis, desde o 1 a 0 patético contra a Croácia(opa, foi gol? Gooolll!!), os 2 a 0 também em lances de exceção contra os socceroos e os 3 a 0 mais enganosos jamais vistos(contra um time que faz "linha de imperdimento" no círculo central e que não sabe chutar). Ah, teve o 4 a 1 contra o Japão. A melhor partida, o que não quer dizer grande coisa. Quando eu chiava, vinha alguém dizer que "o que importa é ganhar, você quer o time igual ao de 82?".

Não sei. Bastaria o de 94 talvez. Eu queria um time que soubesse o que estava fazendo em campo. Eu sou dos poucos que não gosta de Felipão e achei o título de 02 sem graça(ok, é título, não vou reclamar), mas uma coisa eu reconheço: ele sabe o que quer. Ele faz e comanda um time com um objetivo em campo. Pronto, basta isso para que se possa torcer. Durante essa copa, o Brasil não sabia o que queria, não atacava, não fazia nada. A defesa foi a melhor coisa do país? É, até foi, se bem que Prso, Viduka, e os atacantes do Japão e Gana não são assim nenhum desafio monstruoso(mas, ok, Lúcio e Juan estavam bem, é verdade, é verdade). O pior defeito desse time(afora nos lembrar da existência de Cafu e Roberto Carlos-ei, seu careca safado, eu não esqueci as bicicletas e as furadas de 98, está ouvindo??) é a falta de objetivo. Que fenômeno e perseverança é esse que chega a uma copa com 95 kg? Que maior do mundo é esse que é nulo em todos os jogos? Que líder é esse Kaká que estava mais apagado do que fósforo debaixo de tempestade?

O ponto positivo da derrota seria a miséria de uma concepção nojenta de futebol(defendida pelo próprio Felipão até), que acha que vitória se consegue não tomando gols e fazendo um aos 99 minutos, com um gol de mão, impedido que seja. A graça do futebol é que alguns jogos sejam decididos de forma tão esquisita, folclórica, que um time pior possa ganhar de uma maneira inusitada, mas que sempre se reconheça como time menor que é e isso não vire a regra.

Infelizmente, a concepção que é de Parreira não foi derrotada. Ele está aí, dando entrevistas do alto de sua pachorra, dizendo que fez tudo certo. Ele está aí, dizendo que Zidane foi bem marcado. No mais, ela está por aí, numa copa do Mundo broxante, quando o técnico da Argentina tira Crespo e Saviola e põe Lucho Gonzáles e Palacios para segurar um resultado contra Costa do Marfim ou quando substitui Crespo e Riquelme por Julio Cruz e Cambiasso "para segurar o resultado". Está aí quando o técnico francês escolhe jogar com somente um atacante, põe um bom atacante no banco sabe-se lá o motivo e só pode vencer quando um gênio mostra o que pode fazer em campo. Está aí quando se vê um negócio pavoroso como Suíça e Ucrânia, quando "o grande jogo"(Argentina e Alemanha) tem pouquíssimos chutes ou quando as vitórias de Holanda e Brasil significam a derrota de times mais habilidosos(ainda que extremamente incompetentes na hora de chutar e inocentes ao se defender). Está aí.

quinta-feira, 29 de junho de 2006

o papel do trabalho na transformação do homem em formiga

- Formigas invadiram a impressora do computador. Isso eu nunca tinha visto mesmo. Ainda mais com elas trazendo uma espécie de espuma, de veludo, de linha, de sei lá o que para dentro da impressora(ou estão transformando algo que já lá tinha, vai saber...)

- Estudemos, irmãos.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

banho de sal grosso

Figão, trevo de 4 folhas, rezadeira. Acho que preciso disso para me tirar do marasmo, dos erros em provas, da preguiça, da inércia, da incompetência, etc, etc, etc...

segunda-feira, 26 de junho de 2006

siga-o quem for capaz

Reinaldo Azevedo posta a cada respirada. O homem está endiabrado!

congelando o tempo

Aquela tecla do controle do vídeo cassete(e do dvd, dinossauro), qual é, qual é? Aquela que congela a imagem, não igual ao pause, que pára tudo e leva a uma tela azul, mas a que pára e deixa a imagem congelada, no que se pode observar algum detalhe- isso é útil para identificar Stan Lee nos filmes da Marvel,aliás.
É dessa tecla que eu preciso muitas vezes. Mais de uma semana sem ler jornal, um resultado de prova fulminante, outros, além das provas outras, por chegar, a tentativa mínima que seja de organizar pensamentos, ações, leituras... Eu preciso da tecla. Congelar as pessoas, os eventos ao redor por 10 dias e pronto: Estaria tudo atualizado, prontinho, pode voltar seu Bush, pode voltar seu Lula, podem fazer as convenções partidárias, podem alterar o Código de Processo um zilhão de vezes, podem escrever e editar livros(ops, acho que pra isso serão necessários uns 10 anos), podem ressurgir discussões de corredor, de computador, do que fosse.
Claro que isso não adiantaria muito. Acredito eu que mais um pouco de tempo corresse e, diabo, diabo, diabo!, estaria lá atrasado com leituras, com acontecimentos, com a última da faculdade, ou a porradaria do jogo de ontem ou... Diabo, diabo! Talvez durante o tempo congelado, eu simplesmente ficaria de braços cruzados, deitado, zapeando os canais na TV congelada, alvo do Movimento dos Sem Mente de tão improdutivo, de tão parado.
De qualquer forma, há um consolo em saber que existe a still. Em algum lugar, ela existe.

sô, sociedáaadiii- a rádio da bahiaaa

Eu estava voltando de viagem, com o pressentimento de que há muito a ser feito, mas Portugal X Holanda estavam em um duelo (" A batalha de Nuremberg", diria Bial, nosso poeta). Maniche com sua cara de gordo tinha feito um gol nascido de bela jogada, mas o jogo era equilibrado. O primeiro tempo vi na TV, mas no segundo estava no carro. "Liga o rádio aí".
O radialista logo brada:

-O jogador holandês( Boulahrouz) cometeu uma chacina. Uma chacina!!

Segundos depois:

-E o juizão russo não perdoou! 4 expulsões, 2 de cada lado! Como é o nome dele? É o sobrinho do Stálin!


Donde se conclui que o rádio é o melhor meio de comunicação que jamais existiu.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

r.i.p., prilei.

É tolo, mas ainda não me dei conta do fim do PrimeiraLeitura. Eu sei que os textos do Reinaldo Azevedo estarão no Globo, no Estadão e em seu blog (o link estará aqui assim que criado), mas não é a mesma coisa. Lembro de todas as capas da Primeira Leitura, revista que me ajudou muito a crescer nesses 4 anos, ajudou-me a "entender" política, e principalmente a pensar, sem as limitações de um grupinho qualquer. Aqui e ali no orkut você vai ver gente comemorando o fim da revista( "Faltou dinheiro do Alckmin?" " Esse idiota enterrou a revista!", etc...), o que só mostra que a diversidade é coisa pouco cultivada no Brasil.
Importa menos todas as posições do Reinaldo(e muitas são defendidas com uma virulência absurda-o que não é um demérito em si) do que a clareza, a qualidade, a erudição com que ele expressa seus textos. Digo do Reinaldo porque o homem centraliza as atenções, é do tipo "ame ou odeie"-e olhe que eu nem sou fã de tipos assim, mas o mesmo vale para todos os colaboradores(os atuais ou que já largaram) da revista: Blinder, Estenssoro, Boccanera, Simantob, Nogueira, Bernardes, Liliana Pinheiro, Vera Magalhães, Fábio Santos, João Carlos Oliveira, os Mendonça de Barros, etc, etc, etc...
Lembro da edição 14 com uma entrevista com Palocci na matéria de capa (duvido que ele tenha dado uma entrevista melhor em toda sua existência) e um texto de fechamento do Estenssoro a favor da guerra do Iraque( "O momento abissínio")- eu era contra a guerra, mas só de haver alguém defendendo com convicção e fundamento a posição contrária já me deixou satisfeito(minto, na época fiquei irritado e esbravejei: "Que é isso?!! Esse cara tá louco". Li de novo o texto e risquei de lápis algum contra-argumento).
E as entrevistas de Marcos Lisboa, Roberto Romano(e alguns textos dele), a de Contardo Caliggaris mês passado(talvez (a melhor entrevista do Brasil nos últimos 5 anos), a de Bussunda, a capa sobre os déficitis dos Eua, a entrevista de Krugman, as resenhas do Estenssoro, as notas sobre a política na África, no Casaquistão, num cantão chinês, no diabo a quatro. Lembro mesmo das colunas do atual porta-voz da presidência, André Singer, analisando pesquisas e tendências eleitorais e políticas, etc, etc, etc...
A revista e site mudaram bastante desde o começo, foram para a direita( o paradigma foram os textos sobre Ratzinger e Schiavo), mas continuaram fundamentais, fundamentando o pensamento e destruindo clichês de pensamento, desses cristalizados (neoliberal, imperialismo, pobrismo...). Óbvio que não eram uma revista/site perfeitos. Mas os defeitos eu deixo para quem odiava a revista incondicionalmente.

De qualquer forma pode soar idiota, mas foi muito bom ter lido tudo aquilo-ainda é "isso".

PS: Como pude me esquecer do fórum da revista, das melhores coisas para se rir e aprender nos idos de 02 e 03?!!!

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Na última página de "30 anos esta noite"(tem no fundo do livro também, pronto, agora digam: "você é leitor de orelha!") , Paulo Francis diz o seguinte:

"...Vivíamos de ilusões, nos imaginando senhores do Brasil de que gradualmente tomávamos posse. Escapuliu, não é de ninguém, é o que quisermos fazer de nossas vidas. Nos esforçamos, contra a corrente que nos traz incessantemente para o passado. Vemos a luz verde, o futuro orgiástico, que ano a ano reflui, sempre elusivo, sempre ao nosso alcance, intangível, até que no meio de uma frase nos dêem um ponto final..."

Engraçado que o contexto é outro e não houve nenhum acontecimento tão geral, tão "central" quanto o golpe de 64. Mas trocando este "Brasil" por "mundo", nada poderia definir melhor o que se passa comigo.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

consumerismo

No momento, preciso de:

1- Gravatas (inclusive das finas);
2- Umas cuecas ;
3- Uma boina ;
4- Um all-star e outro tênis novo;
5- Uma escrivaninha espaçosa ;
6- Bem, livros e revistas (mas aí não é só neste momento)

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Necessito mesmo é de arejar as idéias e voltar (passar?) a escrever decentemente.

terça-feira, 6 de junho de 2006

o homem arrogante ( o homem derrotado)

Eu, com minha postura britânica, monóculo, suspensório, relógio na mão, milimetricamente ajustado com Greenwich, camisa e calça brancas, com o jornal do dia na mão e sempre a achar que sei mais do que o outro. Não que isso seja por si só ruim, se for tomado "arrogante" alguém que simplesmente não tem pudores para dizer o que acredita estar errado no que o outro pensa e certo no que pensa e se sempre defende alguma coisa que ache certa, desde que fundamentada.
"Desde que fundamentada"- aqui reside o problema. Vez sim, na próxima também estou eu a defender opiniões sobre coisas as quais conheço pouco ou nada. Estou a brandir convicções que talvez não estejam tão enraizadas em mim, que não foram alvo de reflexão( ainda que pouca reflexão), o que, é claro, é um defeito terrível. Hoje mesmo eu estava a fazer isso e só me dei conta um tempo depois.
O pior de tudo é uma espécie de dor na consciência que dá. Herança católica.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

O código da 20.

Olha só. Amanhã é 6/6/06. Um ano de mensalão. Hummm.

sábado, 3 de junho de 2006

que beleza

Dor de cabeça e mau-humor.

o homem obcecado

No mais das vezes, não sou uma companhia agradável, eu sei. Não gosto e nem tenho paciência para conversar com mais de 5 pessoas ao mesmo tempo, aquele tipo de conversa coletiva em que ninguém sabe muito o que fazer, o que falar. Como não gosto de quase toda festa que acontece na cidade, nem de qualquer desses "eventos anuais" que são Carnaval e São João, fico invariavelmente entediado com quem fala sobre isso.
Geralmente o que me interessa são conversas sobre o que dizem ser assunto "sério". É mentira, claro. Acho que daqui a uns dias, até futebol vai ser considerado assunto sério. Só acho irritante, me deixa entediado toda essa falta de motivação em ter uma conversa um pouco menos idiota. É incrível como as pessoas gostam de comentar sobre tudo com comentários tão abrangentes quanto desinformados (sim, mais desinformados que os meus, pode acreditar). Não é tão incrível assim, na verdade, aliás é muito crível. Só eu que não consigo me adaptar. Deve ser a décima vez que toco neste assunto, da "insociabilidade", do isolamento, mas esta é uma de minhas obsessões. Deixe-me com elas. Eu sei que eu não sou uma companhia agradável.

quarta-feira, 31 de maio de 2006

tsc, bah, pow

Conservantismo : http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz3105200603.htm E ainda dizem que Olavão é que é reaça...
Surrealismo : http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft3105200604.htm Te cuida, Dalí.


Ah, claro. Estou em casa a essa hora da manhã devido à greve dos rodoviários de Salvador. Nestante eu falo sobre a idiotice que a tudo assola.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

haxixe is health

Nem li ainda, mas lá vai: http://revistatrip.uol.com.br//144/moore/home.htm

terça-feira, 23 de maio de 2006

relatório figueira ii

Vamos lá, então. Faz um tempo que não consigo escrever um texto. Sim, um texto, com introdução, parágrafos, conclusão ou mesmo um só de parágrafos, sem conclusão alguma, isso eu não tenho conseguido fazer. É bem verdade que não tenho tentado tanto. Sempre que penso em algo, parece que estou cansado ou irritado demais para falar sobre tal ou qual tema. Bastante coisa aconteceu e eu poderia falar sobre: Os protestos da França( já faz tanto tempo assim?), Irã, Bolívia, PCC, eleições e essa comédia toda que sempre é a política, "Terra em Transe", Copa do Mundo, alguma coisa de música, etc, etc...
Ah, sim. Lá na faculdade, juntei-me a outro colega e lançamos um jornal, chamado "Quiproquó". A segunda edição saiu hoje, no geral a aceitação tem sido satisfatória, acho, e fazer um jornal é algo divertido. Só espero que não se torne irritante caso eu não consiga escrever um texto decente. E é claro que eu deveria estar estudando muito mais. Isto sempre estará na cabeça.
Um pouco desse bloqueio pode ser por eu ter levado (ainda que inconscientemente) este blog a sério demais. Blogs não são importantes, isso eu já devia saber há muito.
Preparem-se poucos leitores, que muita bobagem vem aí.

sábado, 20 de maio de 2006

Já sabem que o negócio aqui tá parado por tempo indeterminado*, né?

* isso significa que posts novos podem vir em um minuto ou somente em um mês.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

jeguismo

Quem diz que internet afasta as pessoas não sabe é de nada.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Eu tenho uns 5 posts a serem colocados neste blog, mas no momento não consigo escrever sobre nenhum dos assuntos. E depois dizem que vampiros não existem.

domingo, 14 de maio de 2006

MSN em Atenas

De um gaudério genial:

" Acho que preciso de sexo "

E ainda:

"O problema é que temos idade mental de 80 e sexual de 13 "

Isso sim é que é capturar o Zeitgeist.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Com assistência técnica de Ederval Fernandes,os trabalhos continuam.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

sugestivo

Sexóloga dando entrevista na TV.Nome: Nilda Fuchs.Ah,essa TV brasileira...

domingo, 23 de abril de 2006

Movimento social

Não posto enquanto este template estiver nessa condição.

domingo, 16 de abril de 2006

não acabou II

Só pra reiterar: Mal começou.

não acabou I

É bom que se limpe os HDS de vez em quando.Enquanto faço o serviço,aspirando o pó,passando uma flanelinha,um espanador...

-Tem uma quantidade absurda de livros que quero ler.Cada vez que eu entro em um site de editoras ou em uma livraria,eles aumentam mais.O engraçado é que não leio tantos no mesmo ritmo. "O legal é comprar livros"-diz Éder.Sábio,sábio.

-Baixei quase tudo dos Mutantes.Procurando discos do nosso amigo Caê e do ministro.Tropicália,tropicália.

-"Os tempos são difíceis para os amantes da liberdade".Se eu bem entendi,é essa frase que está lá no www.liberte-cherie.com. Tem certas coisas que me levam a concluir algo parecido(talvez não tão apocalíptico).

-Provas na faculdade chegando? Pesadelos com as ditas-cujas(quem acertar esse plural,ganha nada)? Calma,calma.

Mas como dizem por aí,É "pegou,madeirou,tchau,tchau,tchau".