quinta-feira, 29 de junho de 2006

o papel do trabalho na transformação do homem em formiga

- Formigas invadiram a impressora do computador. Isso eu nunca tinha visto mesmo. Ainda mais com elas trazendo uma espécie de espuma, de veludo, de linha, de sei lá o que para dentro da impressora(ou estão transformando algo que já lá tinha, vai saber...)

- Estudemos, irmãos.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

banho de sal grosso

Figão, trevo de 4 folhas, rezadeira. Acho que preciso disso para me tirar do marasmo, dos erros em provas, da preguiça, da inércia, da incompetência, etc, etc, etc...

segunda-feira, 26 de junho de 2006

siga-o quem for capaz

Reinaldo Azevedo posta a cada respirada. O homem está endiabrado!

congelando o tempo

Aquela tecla do controle do vídeo cassete(e do dvd, dinossauro), qual é, qual é? Aquela que congela a imagem, não igual ao pause, que pára tudo e leva a uma tela azul, mas a que pára e deixa a imagem congelada, no que se pode observar algum detalhe- isso é útil para identificar Stan Lee nos filmes da Marvel,aliás.
É dessa tecla que eu preciso muitas vezes. Mais de uma semana sem ler jornal, um resultado de prova fulminante, outros, além das provas outras, por chegar, a tentativa mínima que seja de organizar pensamentos, ações, leituras... Eu preciso da tecla. Congelar as pessoas, os eventos ao redor por 10 dias e pronto: Estaria tudo atualizado, prontinho, pode voltar seu Bush, pode voltar seu Lula, podem fazer as convenções partidárias, podem alterar o Código de Processo um zilhão de vezes, podem escrever e editar livros(ops, acho que pra isso serão necessários uns 10 anos), podem ressurgir discussões de corredor, de computador, do que fosse.
Claro que isso não adiantaria muito. Acredito eu que mais um pouco de tempo corresse e, diabo, diabo, diabo!, estaria lá atrasado com leituras, com acontecimentos, com a última da faculdade, ou a porradaria do jogo de ontem ou... Diabo, diabo! Talvez durante o tempo congelado, eu simplesmente ficaria de braços cruzados, deitado, zapeando os canais na TV congelada, alvo do Movimento dos Sem Mente de tão improdutivo, de tão parado.
De qualquer forma, há um consolo em saber que existe a still. Em algum lugar, ela existe.

sô, sociedáaadiii- a rádio da bahiaaa

Eu estava voltando de viagem, com o pressentimento de que há muito a ser feito, mas Portugal X Holanda estavam em um duelo (" A batalha de Nuremberg", diria Bial, nosso poeta). Maniche com sua cara de gordo tinha feito um gol nascido de bela jogada, mas o jogo era equilibrado. O primeiro tempo vi na TV, mas no segundo estava no carro. "Liga o rádio aí".
O radialista logo brada:

-O jogador holandês( Boulahrouz) cometeu uma chacina. Uma chacina!!

Segundos depois:

-E o juizão russo não perdoou! 4 expulsões, 2 de cada lado! Como é o nome dele? É o sobrinho do Stálin!


Donde se conclui que o rádio é o melhor meio de comunicação que jamais existiu.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

r.i.p., prilei.

É tolo, mas ainda não me dei conta do fim do PrimeiraLeitura. Eu sei que os textos do Reinaldo Azevedo estarão no Globo, no Estadão e em seu blog (o link estará aqui assim que criado), mas não é a mesma coisa. Lembro de todas as capas da Primeira Leitura, revista que me ajudou muito a crescer nesses 4 anos, ajudou-me a "entender" política, e principalmente a pensar, sem as limitações de um grupinho qualquer. Aqui e ali no orkut você vai ver gente comemorando o fim da revista( "Faltou dinheiro do Alckmin?" " Esse idiota enterrou a revista!", etc...), o que só mostra que a diversidade é coisa pouco cultivada no Brasil.
Importa menos todas as posições do Reinaldo(e muitas são defendidas com uma virulência absurda-o que não é um demérito em si) do que a clareza, a qualidade, a erudição com que ele expressa seus textos. Digo do Reinaldo porque o homem centraliza as atenções, é do tipo "ame ou odeie"-e olhe que eu nem sou fã de tipos assim, mas o mesmo vale para todos os colaboradores(os atuais ou que já largaram) da revista: Blinder, Estenssoro, Boccanera, Simantob, Nogueira, Bernardes, Liliana Pinheiro, Vera Magalhães, Fábio Santos, João Carlos Oliveira, os Mendonça de Barros, etc, etc, etc...
Lembro da edição 14 com uma entrevista com Palocci na matéria de capa (duvido que ele tenha dado uma entrevista melhor em toda sua existência) e um texto de fechamento do Estenssoro a favor da guerra do Iraque( "O momento abissínio")- eu era contra a guerra, mas só de haver alguém defendendo com convicção e fundamento a posição contrária já me deixou satisfeito(minto, na época fiquei irritado e esbravejei: "Que é isso?!! Esse cara tá louco". Li de novo o texto e risquei de lápis algum contra-argumento).
E as entrevistas de Marcos Lisboa, Roberto Romano(e alguns textos dele), a de Contardo Caliggaris mês passado(talvez (a melhor entrevista do Brasil nos últimos 5 anos), a de Bussunda, a capa sobre os déficitis dos Eua, a entrevista de Krugman, as resenhas do Estenssoro, as notas sobre a política na África, no Casaquistão, num cantão chinês, no diabo a quatro. Lembro mesmo das colunas do atual porta-voz da presidência, André Singer, analisando pesquisas e tendências eleitorais e políticas, etc, etc, etc...
A revista e site mudaram bastante desde o começo, foram para a direita( o paradigma foram os textos sobre Ratzinger e Schiavo), mas continuaram fundamentais, fundamentando o pensamento e destruindo clichês de pensamento, desses cristalizados (neoliberal, imperialismo, pobrismo...). Óbvio que não eram uma revista/site perfeitos. Mas os defeitos eu deixo para quem odiava a revista incondicionalmente.

De qualquer forma pode soar idiota, mas foi muito bom ter lido tudo aquilo-ainda é "isso".

PS: Como pude me esquecer do fórum da revista, das melhores coisas para se rir e aprender nos idos de 02 e 03?!!!

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Na última página de "30 anos esta noite"(tem no fundo do livro também, pronto, agora digam: "você é leitor de orelha!") , Paulo Francis diz o seguinte:

"...Vivíamos de ilusões, nos imaginando senhores do Brasil de que gradualmente tomávamos posse. Escapuliu, não é de ninguém, é o que quisermos fazer de nossas vidas. Nos esforçamos, contra a corrente que nos traz incessantemente para o passado. Vemos a luz verde, o futuro orgiástico, que ano a ano reflui, sempre elusivo, sempre ao nosso alcance, intangível, até que no meio de uma frase nos dêem um ponto final..."

Engraçado que o contexto é outro e não houve nenhum acontecimento tão geral, tão "central" quanto o golpe de 64. Mas trocando este "Brasil" por "mundo", nada poderia definir melhor o que se passa comigo.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

consumerismo

No momento, preciso de:

1- Gravatas (inclusive das finas);
2- Umas cuecas ;
3- Uma boina ;
4- Um all-star e outro tênis novo;
5- Uma escrivaninha espaçosa ;
6- Bem, livros e revistas (mas aí não é só neste momento)

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Necessito mesmo é de arejar as idéias e voltar (passar?) a escrever decentemente.

terça-feira, 6 de junho de 2006

o homem arrogante ( o homem derrotado)

Eu, com minha postura britânica, monóculo, suspensório, relógio na mão, milimetricamente ajustado com Greenwich, camisa e calça brancas, com o jornal do dia na mão e sempre a achar que sei mais do que o outro. Não que isso seja por si só ruim, se for tomado "arrogante" alguém que simplesmente não tem pudores para dizer o que acredita estar errado no que o outro pensa e certo no que pensa e se sempre defende alguma coisa que ache certa, desde que fundamentada.
"Desde que fundamentada"- aqui reside o problema. Vez sim, na próxima também estou eu a defender opiniões sobre coisas as quais conheço pouco ou nada. Estou a brandir convicções que talvez não estejam tão enraizadas em mim, que não foram alvo de reflexão( ainda que pouca reflexão), o que, é claro, é um defeito terrível. Hoje mesmo eu estava a fazer isso e só me dei conta um tempo depois.
O pior de tudo é uma espécie de dor na consciência que dá. Herança católica.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

O código da 20.

Olha só. Amanhã é 6/6/06. Um ano de mensalão. Hummm.

sábado, 3 de junho de 2006

que beleza

Dor de cabeça e mau-humor.

o homem obcecado

No mais das vezes, não sou uma companhia agradável, eu sei. Não gosto e nem tenho paciência para conversar com mais de 5 pessoas ao mesmo tempo, aquele tipo de conversa coletiva em que ninguém sabe muito o que fazer, o que falar. Como não gosto de quase toda festa que acontece na cidade, nem de qualquer desses "eventos anuais" que são Carnaval e São João, fico invariavelmente entediado com quem fala sobre isso.
Geralmente o que me interessa são conversas sobre o que dizem ser assunto "sério". É mentira, claro. Acho que daqui a uns dias, até futebol vai ser considerado assunto sério. Só acho irritante, me deixa entediado toda essa falta de motivação em ter uma conversa um pouco menos idiota. É incrível como as pessoas gostam de comentar sobre tudo com comentários tão abrangentes quanto desinformados (sim, mais desinformados que os meus, pode acreditar). Não é tão incrível assim, na verdade, aliás é muito crível. Só eu que não consigo me adaptar. Deve ser a décima vez que toco neste assunto, da "insociabilidade", do isolamento, mas esta é uma de minhas obsessões. Deixe-me com elas. Eu sei que eu não sou uma companhia agradável.