sábado, 23 de setembro de 2006

mulato inzoneiro

O traço mais marcante do caráter brasileiro(e, nossa, eu acho que é possível falar disso sim) é uma mistura de agressividade com ternura. A agressividade para tudo que não esteja próxima aos seus( à "família", aqui incluído parentes, amigos, etc...) e a ternura com os mesmos protegidos da agressividade. Os empregados aqui encontram-se no meio, não sendo exatamente estranhos, mas também não constituindo o núcleo próximo dos iguais. Acho que isso é até o núcleo do "homem cordial" de Raízes do Brasil(e se eu tiver falando besteira, quem já leu o livro venha aqui e diga- quem quiser,dê-mo também aceito...) . Peraê, esse dê-mo está certo? Bem, já confundi parêntes, observações, reticências, volto ao tema principal.
Esse traço de caráter acima referido redunda em toda a miséria do Estado brasileiro: empreguismo, corrupção, péssimo atendimento, favorecimento em licitações e todas aquelas coisas que te fazem deprimir no décimo minuto do jornal. Assim como te deprimem, ô leitor, deprimem a mim também e mais ainda quando vejo sinais disso em pessoas da minha família ou amigos(ou até em mim, em alguns momentos, afinal de contas, eu erro- e muito).
A confusão generalizada dos limites que existem entre respeito e submissão, obediência e mandonismo, direito e arbitrariedade, dever e humilhação tanto na "esfera pública" quanto na "esfera privada"(que afinal de contas estão em constante ligação) é a característica que mais impede que o Brasil avance, entendendo-se por avançar uma sociedade na qual as pessoas respeitem-se, estudem, produzam...

PS: Não falo divirtam-se porque isso já se faz de forma suficiente, penso.

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