sexta-feira, 25 de agosto de 2006

radicais-livres

Um argumento dos mais irritantes numa discussão é a "negação da radicalidade". Esse consiste na desqualificação da opinião alheia por ela supostamente ser extremista demais, ou por pouco realista ou por intolerante. O grande problema aí é que o suposto anti-radical sequer parte para avaliar o conteúdo dos argumentos do outro debatedor. É uma desqualificação "a priori" que empaca o debate e,pior, pode fazer parecer que o radical esteja errado, ainda que não esteja.
Claro que é preciso pôr em termos o que é "certo" ou "errado", mas creio que sempre se deve buscar algo chamado "verdade"(ainda que em termos relativos, como muitos preferem). Os "moderados" sempre usam o exemplo "fim de debate" que é equiparar o "radical" a Stálin, Hitler, ou , se mais modernos, Bush e Bin Laden.
Ora, afinal o que é radicalismo se não defender convictamente no que se acredita? Não há problema algum em ser um radical, desde que a idéia defendida não seja errada.
Como isto aqui está soando abstrato, termino com dois exemplos de conversar minhas na faculdade, por acaso com um mesmo colega. O primeiro é do ano passado, quando ele dizia que Palocci era um petista diferenciado e admirável e eu dizia ele não diferir de outros, inclusive no quesito autoritarismo. Depois do episódio do caseiro, o que restou a ele a não ser algumas risadas e "eu não disse bem aquilo"?
Outro exemplo é minha posição quanto a um professor nosso, que extremamente irresponsável(é bem verdade que está muito longe de ser uma avis rara na FDUFBa), não cumpriu o programa, além de ter dado aulas curtas, isso apesar das expectativas para as aulas deles terem sido as maiores possíveis, visto que tem um contrato com uma editora nacional, é palestrante renomado e conhecido como uma das cabeças do "Novo Direito Civil"(ao menos assim o vendem). Eu digo que não consigo esperar mais nada razoável dele depois do que vi ele fazer nas aulas. Meu colega também é crítico quanto a ele(duvido quem não o seja entre os meus colegas) diz que é preciso "ponderar", que ele é razoável, possui conhecimento. Poderia ser um irresponsável, mas não seria de todo ruim. Ok, claro que eu não o considero o mais fraco dos professores do Direito, mas não é porque ele passou em primeiro em um concurso que ele não merece críticas virulentas. Muito ao contrário, merece até mais críticas.

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