segunda-feira, 19 de junho de 2006

r.i.p., prilei.

É tolo, mas ainda não me dei conta do fim do PrimeiraLeitura. Eu sei que os textos do Reinaldo Azevedo estarão no Globo, no Estadão e em seu blog (o link estará aqui assim que criado), mas não é a mesma coisa. Lembro de todas as capas da Primeira Leitura, revista que me ajudou muito a crescer nesses 4 anos, ajudou-me a "entender" política, e principalmente a pensar, sem as limitações de um grupinho qualquer. Aqui e ali no orkut você vai ver gente comemorando o fim da revista( "Faltou dinheiro do Alckmin?" " Esse idiota enterrou a revista!", etc...), o que só mostra que a diversidade é coisa pouco cultivada no Brasil.
Importa menos todas as posições do Reinaldo(e muitas são defendidas com uma virulência absurda-o que não é um demérito em si) do que a clareza, a qualidade, a erudição com que ele expressa seus textos. Digo do Reinaldo porque o homem centraliza as atenções, é do tipo "ame ou odeie"-e olhe que eu nem sou fã de tipos assim, mas o mesmo vale para todos os colaboradores(os atuais ou que já largaram) da revista: Blinder, Estenssoro, Boccanera, Simantob, Nogueira, Bernardes, Liliana Pinheiro, Vera Magalhães, Fábio Santos, João Carlos Oliveira, os Mendonça de Barros, etc, etc, etc...
Lembro da edição 14 com uma entrevista com Palocci na matéria de capa (duvido que ele tenha dado uma entrevista melhor em toda sua existência) e um texto de fechamento do Estenssoro a favor da guerra do Iraque( "O momento abissínio")- eu era contra a guerra, mas só de haver alguém defendendo com convicção e fundamento a posição contrária já me deixou satisfeito(minto, na época fiquei irritado e esbravejei: "Que é isso?!! Esse cara tá louco". Li de novo o texto e risquei de lápis algum contra-argumento).
E as entrevistas de Marcos Lisboa, Roberto Romano(e alguns textos dele), a de Contardo Caliggaris mês passado(talvez (a melhor entrevista do Brasil nos últimos 5 anos), a de Bussunda, a capa sobre os déficitis dos Eua, a entrevista de Krugman, as resenhas do Estenssoro, as notas sobre a política na África, no Casaquistão, num cantão chinês, no diabo a quatro. Lembro mesmo das colunas do atual porta-voz da presidência, André Singer, analisando pesquisas e tendências eleitorais e políticas, etc, etc, etc...
A revista e site mudaram bastante desde o começo, foram para a direita( o paradigma foram os textos sobre Ratzinger e Schiavo), mas continuaram fundamentais, fundamentando o pensamento e destruindo clichês de pensamento, desses cristalizados (neoliberal, imperialismo, pobrismo...). Óbvio que não eram uma revista/site perfeitos. Mas os defeitos eu deixo para quem odiava a revista incondicionalmente.

De qualquer forma pode soar idiota, mas foi muito bom ter lido tudo aquilo-ainda é "isso".

PS: Como pude me esquecer do fórum da revista, das melhores coisas para se rir e aprender nos idos de 02 e 03?!!!

2 comentários:

Ederval Fernandes disse...

uma pena, uma pena

Rodrigo disse...

chora, viola.