segunda-feira, 14 de agosto de 2006

O lugar complicado

Ninguém, em tese, é a favor de guerras. Quer dizer, tem aquele pessoal do orkut, mas do orkut não é muito bom lembrar porque ele é a confirmação de que "existe gente demais no mundo"( e essa constatação genial não é minha). O problema de Israel é bem típico. Humanitários, pacifistas, todo mundo quer o fim dos bombardeios, o fim das mortes no Líbano. Só não acho que a questão é tão simples como alguns comentários fazem crer. Não tenho lá grande conhecimento sobre a questão israelo-palestina, mas do pouco que sei, nunca, jamais vou dizer que somente os israelenses têm culpa no que se passa no Oriente Médio. Como também não vou tirar a razão de alguns tantos palestinos. Mesmo a questão do terrorismo é controversa, já que houve terroristas judeus antes da criação do Estado israelense. Claro que não se pode esquecer de toda a história pregressa, da interferência israelense no Líbano e da influência desta no surgimento do Hezbollah. Mas quero me prender a esse caso específico, iniciado com o seqüestro( alguém disse que é captura) de dois soldados israelenses. O que me leva a entender a atuação de Israel é o período recente, os últimos 5 anos mais especificamente. Desde que Israel saiu do Líbano, desde que houve uma cisão na direita israelense, desde que Sharon( e aprendi a detestá-lo nos livros de História e Geografia) ordenou a saída dos colonos de Gaza, o outro lado tentou negociar de forma efetiva? O Hamas e os outros grupos pensaram em depôr as armas? Não foi isso que vi. O mesmo vale para o Hezbollah, que há pouco acabou seqüestrando israelenses e precipitando toda esta crise. O maior problema, a meu ver, é que Israel pode estar jogando "o bebê junto com a água do banho". Até que ponto pode o Estado estar arriscando-se a permanecer em acirramento com outros Estados? Até que ponto Israel pode perder mais ainda o apoio da comunidade internacional? Até que ponto interessa aos israelenses serem vizinhos de uma região conflagrada? Até que ponto terroristas islâmicos podem motivar-se ainda mais com os bombardeios de Israel? Algumas respostas a essas questões, para surpresa de alguns, pode levar a uma afirmação das ações israelenses. Trata-se de uma questão complicadíssima e não ofereço resposta. Os choques entre israelenses e palestinos tem uns 60 anos de história, fora toda a "pré-história". Opinar de forma veemente sempre é leviano. Bem, este é um blog leviano...

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