quarta-feira, 2 de agosto de 2006

política III: patetada no DF

A proposta de Nova Constituinte de Lula é tão imbecil que nem merece meu comentário. É imbecil porque não há nem indícios de mobilização e efervescência política no país para que exista uma coisa dessas. Imbecil porque é mais uma forma do sr. Presidente esquivar-se da responsabilidade pela crise política no país. E mais imbecil ainda no sentido de que soa desinteressada à príncipio, mas alguém duvida quem vai dominar o processo? Bem, Lula é patético a não mais poder, mas não foi para xingá-lo que isso aqui foi feito.
Quero falar é da aprovação unânime pela Comissão de Constituição e Justiça do projeto que extingue a reeleição. Deputados governistas e da oposição já deram suas entrevistas aplaudindo o projeto. Um acontecimento desses é do tipo que parece extinguir toda a crença da pessoa na democracia. Não extingue porque sempre se vê que pode piorar( Meu medo é que não vejam sempre...).
É óbvio que ninguém duvida que a emenda de 97 que institui a reeleição para os cargos executivos no país possuiu uma grande força casuística, que era a intenção reeleger FHC, que não havia candidato tão forte ou que aglutinasse tanto na base governista. O problema não é exatamente este, já que muitas vezes uma medida certa é aprovada por razões não santificadas. Política não é feita em monastério, e isso nem é exatamente um defeito. A questão é que reformar uma reforma desse naipe, que diz respeito à organização direta de um poder, algo que se não é feito para ser eterno, ao menos para durar um longo período mais do que mostrar que o que é aprovado no Congresso o é menos por convicção dos seus pares do que por qualquer outra coisa, mostra que NADA mais é levado em conta( e essa é uma crítica que no caso específico diz bastante respeito a tucanos e pefelistas). Que no processo político releve-se certas "veleidades" pode não ser de todo desejável mas é perfeitamente compreensível. Que se ignore completamente qualquer compromisso que não um interesse direto, evidente e sem base intelectual é levar o regime democrático a correr um risco sério. Sério como o de uma proposta imbecil.

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