segunda-feira, 10 de julho de 2006

o octagésimo pedido de desculpas

" O diabo de crescer é perceber que existem mais pessoas no mundo, mais pessoas determinadas, melhores e com mais disposição do que você, que não se é tão excepcional, que não se é nada especial, que..."

O parágrafo incompleto aí de cima era um pretenso início de texto, rabiscado por mim no último dia 7, 8, sei lá. Tencionava falar de como é estranho a percepção de que não se é o umbigo do mundo, e de como muitas vezes é irritante a "derrota" própria em relação a vitórias alheias(ficar de férias mais cedo, "vencer" uma prova difícil.Ou mesmo uma fácil.) . Ok, é algo extremamente juvenil e ok, é algo feio, não é um sentimento agradável. Talvez haja muito de competitivo e egoísta(em quem disser neoliberal, eu dou um tapa violento na cabeça), mas eu não prometi que ia ser bonzinho ou mentiroso.
Das mais imbecis sensações que existem, uma delas é a de não se sentir parte do mundo, das coisas concretas, de estar apartado do que parece ser o normal das pessoas. É imbecil porque é parente da impotência e da inércia, que não leva a ninguém a lugar algum a não ser uma lamentação sem fim. Acho que isso é o que mais detesto na carta que Kafka escreveu ao pai. Eu detesto quando sinto isso, porém, acho inevitável. Assim como é esse post, que é acima de tudo, descartável. Viva a blogosfera.

Ah, tudo que eu li de Kafka foram três textos numa tradução da Martin Claret. Erudição é isso aí.