segunda-feira, 21 de maio de 2007

poeira

Lembro de ter ficado bastante irritado quando descobri que o mar era infinito. Quer dizer, sei, o mar tem fim, só é difícil de contar, de medir e do infinito eu só conheço um sinal matemático(acho), mas eu fiquei muito chateado quando descobri que ali, depois daquele mundo de retângulo, ainda tinha água, e os barcos não despencavam como em uma cachoeira.
Passei um tempo tentando entender como é que a terra era redonda sendo que as coisas ficavam todas grudadas ao chão, até que me explicaram tudo.
Não sei se isso é memória ou se criei, tal qual a idéia de que aos 2 anos de idade, peguei o volante de um Fusca, engatei a ré e quase destrocei o carro no portão. Acho que meu pai é que parou o carro- e eu não sei se eu estava com a camisa de Collor- dois eles feios no meio.
Quando eu era um pouco mais velho, eu simpatizei com João Durval, talvez pelas orelhas grandes parecidas com as minhas, talvez só para contrariar a família, que estava enchendo o saco com aquele velho abobado, centralista e maquiavélico- mas aí eu acabei achando que a barba preta de Lula era alguma coisa.
Lembro também de uma banca de revistas velhas, que existe até hoje- e não era um sebo, não é um sebo.
Ah, e eu olhava para o sol e via um negócio tipo um radar, e achava que eu era um herói.
É como se o diabo soprasse no ouvido algo como "Você perdeu". Mas sempre tem alguma coisa que vai te fazer abrir os olhos, mesmo com todo o sono, caminhar, mesmo com toda a preguiça, tomar um transporte, mesmo com toda a imbecilidade de não ser autônomo, e sair por aí. Alguma coisa como um ferro que segura o olho ou como um morango no lugar da carne.

Acho que são os papéis.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

este é o suicídio moderno

Correr, correr, correr, correr e não fazer nada.