domingo, 19 de novembro de 2006

obsessão pelo progresso II

Mas por mais que eu achasse(e até acho hoje) o século XIX formidável, eu sempre defendi e me bati em defesa do hoje. Eu realmente acreditava(acredito, de fato) que as pessoas todas vivem melhor hoje do que há 100 anos. E sempre cito que basta olhar as condições dos miseráveis de hoje e compará-los com o de ontem. Ok, grande companheiro. Há sempre um Cariri, há sempre um Biafra em nossas costas. Pois eu aposto que havia muito mais biafras antes, muito mais cariris. E ainda acredito que hoje a possibilidade de cariris serem extirpados é bem maior.
Apesar de defender tudo isso( "Never been a better time than right now") , desde o ano passado comecei a me dar conta de que existem outros valores além do progresso, da "satisfação". O poder de escolher, por exemplo, é um valor razoável e acho que tem de ser defendido. Até que ponto vai essa escolha, quais são os limites, principalmente se ela é uma escolha que limita as outras? Como, mais do que nos princípios, nos casos específicos, na vida real vai-se dar isso?
São perguntas que faço sempre e para as quais não trago respostas. E é o momento em que fico bastante atrapalhado.

Nossa, eu ainda quero ferrovias cortando o mundo de Leste a Oeste.

Nenhum comentário: