terça-feira, 28 de novembro de 2006

É o cavalo do tempo...

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

diálogos edificantes

I

- Ah, você tem blog, é? É uma coisa tão adolescente....
-...
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II

-Posso te falar uma coisa, na boa?
-Pode, claro.
- Você quando vai falar em público, fica nervoso, já tem aparelho... Aí quando vê que está nervoso, fica ainda mais nervoso e eu não entendo nada.
- Eu sei, eu sei...
-Tente se acalmar.
-...
Segundo a última aferição do instituto eumesmo, no momento os meus talentos estão a limitar de forma terrível minhas futuras(ou não tão futuras) ocupações. Com problemas ao falar em público, pouco estudo, pouquíssimo método e organização, parecia que me sobrava uma carreira, caso eu aprendesse a escrever, de escritor de livros(calma, não é literatura). Foi aí que eu me lembrei do tamanho do mercado editorial e de que para ter um contrato com editora é preciso ter ótimas relações.

E ainda me perguntam porque ando mal-humorado.

dadaísmo filosófico

Teste de caráter: Embebede um cidadão. Se ele fizer zoada, gritaria, algazarra, não é boa pessoa.

domingo, 19 de novembro de 2006

obsessão pelo progresso II

Mas por mais que eu achasse(e até acho hoje) o século XIX formidável, eu sempre defendi e me bati em defesa do hoje. Eu realmente acreditava(acredito, de fato) que as pessoas todas vivem melhor hoje do que há 100 anos. E sempre cito que basta olhar as condições dos miseráveis de hoje e compará-los com o de ontem. Ok, grande companheiro. Há sempre um Cariri, há sempre um Biafra em nossas costas. Pois eu aposto que havia muito mais biafras antes, muito mais cariris. E ainda acredito que hoje a possibilidade de cariris serem extirpados é bem maior.
Apesar de defender tudo isso( "Never been a better time than right now") , desde o ano passado comecei a me dar conta de que existem outros valores além do progresso, da "satisfação". O poder de escolher, por exemplo, é um valor razoável e acho que tem de ser defendido. Até que ponto vai essa escolha, quais são os limites, principalmente se ela é uma escolha que limita as outras? Como, mais do que nos princípios, nos casos específicos, na vida real vai-se dar isso?
São perguntas que faço sempre e para as quais não trago respostas. E é o momento em que fico bastante atrapalhado.

Nossa, eu ainda quero ferrovias cortando o mundo de Leste a Oeste.

sábado, 18 de novembro de 2006

obsessão pelo progresso I


De 2003 até o começo de 2005 minha grande preocupação era com o progresso. Eu só tomava posições políticas de acordo com respostas a uma pergunta básica: "As coisas melhoram, progridem com isso?". Melhor formulando, "O mundo evolui com isso?". Lembro de redações que fiz, de discussões que tive, sempre com essa obsessão pelo progresso. Foi, aliás, um dos fatores que me levaram a me afastar da "esquerda"(Pausa explicativa: Sempre que eu emitir opiniões políticas, considere-as precárias, insuficientes, não muito lidas, talvez. Veja bem, eu conheço meus limites. O ponto é que pode ser que ao meu redor as opiniões estejam no mesmo- ou até com maiores- limites) . A prisão a velhos temas(muitos chavões também), a teimosia em reconhecer novas realidades, o apego a preconceitos, tudo isso me deixava bastante irritado. Calma, caro esquerdista. Eu sei que isso existe na "direita" também, mas o meio em que eu estava/estou mais me chamou atenção à esquerda.
Então eu reivindicava um discurso à esquerda, mas distante de uma característica bem comum à esquerda: passeatas, manifestações, aglomerações em protesto. Reconheço bem a importância deste tipo de ação, mas é algo que realmente nunca me tocou e para o qual eu nunca estive disposto a participar. Repare que reconheço a importância mas não acho que seja tão eficaz assim.
Eu dizia, porém, de minha obsessão pelo progresso. Do "Manifesto Comunista" eu gosto muito desse trecho aqui:

"A burguesia desempenhou na história um papel altamente revolucionário.
A burguesia, lá onde chegou à dominação, destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas. Rasgou sem misericórdia todos os variegados laços feudais que prendiam o homem aos seus superiores naturais e não deixou outro laço entre homem e homem que não o do interesse nu, o do insensível "pagamento a pronto". Afogou o frémito sagrado da exaltação pia, do entusiasmo cavalheiresco, da melancolia pequeno-burguesa, na água gelada do cálculo egoísta. Resolveu a dignidade pessoal no valor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades bem adquiridas e certificadas pôs a liberdade única, sem escrúpulos, de comércio. Numa palavra, no lugar da exploração encoberta com ilusões políticas e religiosas, pôs a exploração seca, directa, despudorada, aberta. "


E ainda: "A burguesia não pode existir sem revolucionar permanentemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção, portanto as relações sociais todas... " "... Tudo o que era dos estados [ou ordens sociais — ständisch] e estável se volatiliza, tudo o que era sagrado é dessagrado, e os homens são por fim obrigados a encarar com olhos prosaicos a sua posição na vida, as suas ligações recíprocas."

Marx e Engels ainda continuam, tem a famosa passagem das " pirâmides egípicias, dos aquedutos romanos" e toda essa narrativa é acelerada, um misto de espanto, horror e positividade. É como se a burguesia abrisse todo um mundo de possibilidade, mesmo que com todos os problemas, as soluções estariam à mão. Aliás, isso não é só Marx, mas parece que é o espírito predominante em todo o século XIX, notável na expansão dos EUA(com todo o sangue que isso trouxe também). Claro que sempre vai existir um pessimista(" isso tudo é um monte de estrume") , mas o que predominou no século e continuou na primeira metade do XX foi justamente isso: a ânsia de mudar, de melhorar, de movimentar.

cabeça vazia...

Já venho notando há um tempo que minha fala não é das mais agradáveis. Para lá da voz de vez em quando esganiçada- à qual não se pode dar muita solução, só com o Cara Lá de cima- um excesso de gírias e palavrões deixam meu discurso pouco digno de credibilidade ou potencial alvo de chacota. Enfim, não que eu não goste de palavrões, mas sei bem que não são apropriados sempre e que aliados a um nervosismo furioso sempre que vou falar para mais do que 4 pessoas não tornam o meu falar a coisa mais agradável do mundo.

1:41, né?

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

C.C.L.A.

Todo mundo já sabe que eu tenho uma espécie de perversão(ou síndrome ou doença, sei lá, quem estuda Psicologia, Medicina, Biologia ou negócios do gênero- e das que eu enumerei já é um gênero extremamente amplo- que venha dizer o que é) quanto a comprar livros, freqüentar bibliotecas, livrarias, etc... Acredito que estou comprando livros numa média superior a um livro por semana, o que já é muita coisa. Considerando que não leio na mesma proporção, aliás, leio numa proporção muito menor, isto quando leio(é, as coisas estão nesse ponto), a pilha de livros já chegou a um ponto insustentável. Insustentável é igual a cerca de 60 livros sem ler. O negócio é que sempre que eu vou a uma livraria, a vontade de pegar um livro é sempre grande, e quando há uma promoção, então, é o que chamariam de "coisa louca".
Donde concluí que uma nova instituição é necessária para abrigar os que sofram do meu problema. É a dos Compradores Compulsivos de Livros Anônimos, a CCLA. Se bem que no meu caso é explícito mesmo, CCLE.
E assim eu poderei dizer: "Mais um dia sem comprar livros, obrigado".

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Genialidade

http://www.youtube.com/watch?v=hzsaLcIwoFw Por isso eu acredito na resposta das crianças.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

barbismo


Quando eu perambulava lá pela UEFS, lembro de um colega falando que um amigo dele decidiu passar um tempo longe de tudo, de festas, bebidas, amigos, família e o que mais fosse para apenas estudar, ler, tornar-se uma "fera". Lembro bem que entre os autores a serem estudados estava Marx. Naturalmente que tão distante de um tanto de coisas ele ficou quanto de lâminas de barbear, e a barba dele ficou grande assim( e o colega puxava um pouco a barba imaginária). Claro que não dá para confirmar se isso é verdade ou mentira, sei que quem me contou isso era Policial Rodoviário e, portanto, vocês podem chegar a todos os policiais rodoviários(federais, acho) perguntando: "É você que estuda Direito e teve um amigo...", no que é uma contribuição fabulosa ao bom trato entre policiais rodoviários e cidadãos.
Mas não é somente de civilidade entre policiais de estrada e bons leitores de blog que falo. Imagino que ao contar esta história, o caro colega no mínimo perpetuou um belo mito, o do recluso genial, o que abdica do mundo para estudar, para entender as coisas, ainda que à custa da vaidade- se bem que há quem veja uma espécie de charme em visuais mal cuidados. Belo para quem gosta de ascetismo, é verdade.

Engraçado é que durante uma dessas chateações ocasionais desta semana pensei em fazer isso, só faltando dinheiro, paciência e coragem(sim, porque afinal de contas, é preciso muita coragem para tornar verdade efetiva o que é quase verdade).

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

relatório figueira duzentos e quatorze


1. Idéias pouco articuladas.
2. Cansaço, ainda que não tenha feito nada no dia.
3. Sensação de que não há muitas respostas.
4. Silêncio, ok?

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Vejam bem, não é choro de derrotado não(até porque não me entusiasmei tanto com a campanha tucana), mas o noticiário político está bastante aborrecido: "desenvolvimentistas X ortodoxos", "indicação de ministros", oposição sem rumo. Acho que está tudo um tanto quanto fora de lugar e as análises muito planas, muito chochas.
De minha parte, eu mesmo estou um tanto quanto plano, um tanto quanto chocho, precisando urgentemente de organização, foco, leitura e de tudo aquilo que sempre digo que preciso mais e mais.

Figueira-brava, Figueira-brava, às cinco em ponto da madrugada.

domingo, 5 de novembro de 2006

Com a leve impressão de que preciso sair mais.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

vida real

Na semana antes do segundo turno das eleições eu estava no ônibus indo para o alemão quando ouvi uma conversa entre um policial militar e uma outra pessoa.

- Esse negócio de futebol, rapaz, antes era para pobre, mas hoje? Hoje não, é neguinho em escolinha, tudo barão, filhinho de papai...
- Que nada, rapaz, tem muito jogador bom por aí, que era pobre.
- É, mas hoje não dá mais não. Antes você tinha aquele sem condição, ia lá jogava a bola, ganhava o dinheiro, hoje é tudo na escolinha.
- É mesmo? E vai pro jogo fim de semana?
-Eu? Eu mesmo não! Eu não ia quando o time tava na primeira, quanto mais agora na terceira divisão.
- Ah, eu vou, se o Bahia ganhar, o Vitória perder, tem chance...
- Tem nada, rapaz, time ruim, esses jogadores só querem dinheiro.
- É mesmo, esses jogadores de hoje, tem muito menino bom que não tem oportunidade...
- É rapaz, e esses jogadores velhos não jogam nada.
- Ah, mas Sorato joga, viu? Muito jogador velho bom, tem o Romário mesmo, que ainda joga muito...
- Joga nada, rapaz! Tá velho já. Ele já jogou!
-Que nada! O velho Romário ali... joga muito! Faz gol mesmo.
- Esses velhos, eles não jogam é nada, tem muito menino novo aí que não tem oportunidade, pode ver nesses babas que existem...
- É, isso é, tem muito jogador velho que não tem sua chance, que joga muito... E essa eleição, vai votar em quem?
- Rapaz, eu não posso ser burro, né? Se o governador vai ser esse, então vou votar em Lula mesmo.
- É, né? Haha.
- É tudo igual mesmo, não melhorou a minha vida em nada, mas... deixa aí mesmo.
- Primeiro turno votou em quem?
- Eu votei na mulher...
- Eu também! Maria Luísa! Votei nela.


Foi quando eu levantei do ônibus e saltei no ponto.
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Estou de volta, comparsas.