segunda-feira, 10 de julho de 2006

o prazer de decepcionar vol. 12

Isto aqui (http://www.youtube.com/watch?v=5-8fS3HrYbA) foi constrangedor, mas ao mesmo tempo houve algo de sensacional. Calma, não vou começar discurso sobre genialidade ou uma tentadora narrativa do mitológico e do mágico que há o futebol. Em geral, detesto jogadores esquentados. Acho Edmundo uma grande tranqueira e nunca quis que ele jogasse em meu time(apesar de que meu time sempre o quis...). Dito isto, ao jogo de ontem.
Não acho que foi um jogo tão ruim. Foi razoável, apesar dos lamentáveis segundo tempo e prorrogação da Itália. Quebrei a cara porque pedi a Copa toda que Domenech escalasse Trezeguet e quando ele tem A chance, ele vai e perde o pênalti. Mas parece que o título da Itália foi o de menos ontem. O que se fala é "da cabeçada".
É incrível que Zidane tenha caído na provocação que fosse de Materazzi. Com 34 anos, é experiente e já enfrentou zagueiros tão ou mais provocadores(afinal, ele jogava na Itália). Era a sua última partida e talvez estivesse próximo de uma das mais consagradoras partidas finais de um grande jogador(o que Maradona e Romário não tiveram). Ele ia caminhando, e de repente, POU, uma cabeçada absurda. POU, 2, 3 minutos de um juiz perdido, perdido. POU, expulso, fora da Copa.
"Babaca, babaca". Só de alguns brasileiros terem pensado nisso com um certo rancor pelas derrotas de 98 e 06 já me fazem ficar do "lado" dele. "Descontrolado". Que seja, até parece que outros grandes jogadores não desciam o sarrafo quando excessivamente provocados(podemos falar de Pelé mesmo).
O problema é que não era um jogo, era a final da Copa. Ok, uma das piores Copas, mas era a final dele(a segunda, na verdade...). E o ato acabou foi deixando o time da França um pouco mais nervoso- se bem que é bastante difícil de provar que a expulsão de Zinedine esteja diretamente relacionada ao pênalti perdido- e ele fora do jogo.
Mas o que mais me interessou no ato foi a humanidade que há ali. Final de Copa, estrela da Copa, não sei quantos milhões assistindo a isso tudo? Bah, esse cara é muito chato, isso sim. POU.

PS: Quero só ver o que Zidane vai falar daqui a alguns dias...
PS2: Zidane foi 10 contra o Brasil num jogo em que não foi marcado. Foi 7 e meio, 8 contra a Espanha e Portugal(a se considerar que até os 75 minutos do primeiro jogo ele era nota 6) e na primeira fase foi nota 5( ou 4, 4 e meio). Só essas notas dizem muito sobre o que foi essa Copa. Ah, é bem possível que Canavarro tenha sido o melhor da copa. E isso diz muito também.

4 comentários:

Rodrigo disse...

Essa cabeçada vai virar um marco (positivo) na carreira do Zidane. Humanidade, honra, uma fraqueza maravilhosa. Até a elegância da cabeçada. Pra mim, tudo isso é bobagem. Foi ridículo e nada além disso.

É engraçado o brasileiros falarem a favor pelo fato dele ter se defendido de agressões contra a sua origem -- mas é claro que, fosse um de nós chamado de macaquito ou coisa que o valha, o Materazzi ganharia um sorriso e um tapinha de leve nas costas.

rafael disse...

rapaz, até agora eu só vi aquela frescuragem de todos os jornalistas defendendo o "fair play", que isso foi feio, que não mancha a carreira toda dele, mas que foi feio. Mais ou menos como a história do pó do Maradona. Só os argentinos(assim como os franceses) endeusarão Maradona. Eu achei bobo, banal, ridículo também e por isso mesmo, bastante razoável( é é engraçado se você levar em conta a encheção de saco que ficou depois daquele jogo contra o Brasil: "ò gênio, ó isso, ó aquilo".)

Sério que não vi nenhum brasileiro a favor daquilo ali.

ps atualizado: agora, eu já vi. a empregada daqui de casa falou favoravelmente a zizou. não estou mais tão só!

Rodrigo disse...

Devo deixar claro que, sendo Materazzi o alvo, deveriam, em realidade, ter arrancado a sua cabeça e atirado à torcida. Gritos de "carcamano desgraçado!" e "mafioso!" por todos os lados e a guilhotina da Revolução voltando para civilizar o futebol.

Mas é claro que eu preferiria que o Barthez fizesse tudo isso, não o Zidane.

rafael disse...

voto com o relator.

Materazzi que veio degolar os filhos e as mulheres dos caras.