sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006
Reveillon
Quando eu era sétima série, minha professora de história,uma loira,Nancy Goretti o nome dela,olhos azuis,menos bonita do que a descrição pode fazer parecer,entregou uma prova de um colega meu,Diego "Ratinho", e chamou sua(dele) atenção porque ele tinha repetido a palavra "daí" mais de 10 vezes na prova.Lembro que eu achei engraçado na hora,dei risada,a professora reclamou,eu era bom aluno em História,fui malvado, me penitenciei e ficou tudo certo.
Agora,eu estou sem professora de História e sem os textos na cabeça.Algumas idéias fixas e algumas decepções.Acho que já dá pra começar o ano.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006
Hanseníase,hanseníase!!
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006
pérolas de sabedoria (tenha inveja,Confúcio)
2- Latim é tão legal.É difícil e eu sei que estou na parte fácil,fácil ainda.Mas é legal.
3- 30 minutos de atraso e não ter o livro do curso em uma aula não é o suficiente para me constranger(Mentira,é sim).
4- O cinema do Pelourinho é legal.Parar o carro há uma distância considerável é bastante interessante,principalmente depois que você passa a saber que há um estacionamento mais barato e mais perto.Mas,bah, até passei por um grupo grande de percussão e dança.Quase me senti um gringo.
5- O projeto de não emitir opiniões sobre qualquer coisa está sepultado,por ora. Caso vocês o tenham,não desistam,não desistam.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2006
sábado, 11 de fevereiro de 2006
dois mil e seis

Lula tem muita chance de ser reeleito.Se eu fosse um apostador contumaz,cravaria o nome dele como presidente a partir de 07 sem pestanejar.A oposição ainda não se deu conta disso e demonstra muita incompetência na articulação das eleições em outubro deste ano.Enquanto o governo encontrou seu plano de vôo,a oposição parece nem saber se vai de avião ou de outro meio de transporte.Podem pegar uma carroça,numa derrota que seria histórica dada a crise política iniciada em 05.
Quando o PT ganhou as eleições de 02 e rompeu definitivamente com seus 2o anos de projeto* "contra tudo isso que está aí",tomou de empréstimo as linhas mestras do que o PSDB fazia no governo.Isso convulsionou (silenciosamente,é bem verdade) o cenário político nacional porque reorganizou as forças que disputam o poder. O PSDB ao ter seu programa de governo ,de centro-esquerda**,tomado pelo PT,ficou sem discurso. Congestionado ficou o campo dos que defendem a intervenção estatal como melhor remédio para sanar desigualdades sociais e os problemas sociais e econômicos do país em geral.O partido de Serra,FHC,Jereissati,etc... não percebeu e/ou não conseguiu se mobilizar à altura do desafio que foi posto: Desenvolver novos projetos que o diferenciasse do PT.
Esses projetos não poderiam ser mais à esquerda,uma vez que os movimentos sociais,sindicatos e assemelhados serviram e servem aos interesses do partido atualmente no governo,além de constituirem base histórica do petismo. Uma possibilidade seria uma guinada à direita,propondo medidas de liberalização econômica,por exemplo flexibilização de leis trabalhistas,redução dos impostos,que certamente encontrariam apoio nas classes médias e em parcelas do empresariado, além de outras medidas ,como no campo da segurança pública(ainda bastante menosprezado na política brasileira) e mesmo posições concretas em certos temas "sensíveis,a saber,cotas na universidade, postura quanto ao Banco Central e à política macroeconômica,etc..(Repare que nesses "temas políticos"a postura nem precisaria ser conservadora ou liberal necessariamente,talvez bastasse uma postura firme,que de resto não existe em nenhum partido nacional). Mas o PSDB não apresentou respostas.
Oscilando entre uma oposição tímida e um quase-governismo constrangedor( Palocci deve ter sido mais defendido por tucanos do que por petistas...),só de quando em quando, o partido criticava mais enfaticamente o governo petista.Por mais que a turba petista diga o contrário e se passe de vítima,não foi a oposição que despertou a crise de 05.Foi um racha na base do próprio governo.A oposição,quando muito,serviu para confundir a opinião pública e ajudar o governo( como no caso Azeredo,no qual hesitou tomar qualquer postura que não a defesa tímida e envergonhada).
Essa fraqueza,ademais constante no PSDB,chegou ao ponto de gerar neste começo de 06 um princípio de guerra interna entre os pré-candidatos Serra e Alckmin,que só fortaleceu o governo.Governo este que já se fortalecia com o esfriamento da crise(muito por responsabilidade da oposição,tíbia até em investigar na CPI***) e ainda mais se prepara para as eleições com medidas que,conquanto deficientes,podem gerar muita publicidade( Operação tapa-buracos,aumento do salário mínimo,programa de construção civil,redução de alguns impostos...) .São nestas medidas e mais na comparação das estatísticas do atual governo em oposição aos 8 anos de FHC em que o PT se esteia para deixar Lula lá. Já se pode notar essa atitude inclusive na internet, onde blogs petistas já fazem até quadros comparativos. Não é de hoje que sabemos que "estatística é que nem biquini: revela tudo, menos o essencial",há sim,como a oposição confrontar os dados e sair com um saldo positivo.Há sim como comparar ainda em questões sensíveis como a corrupção e autoritarismo.E mais: Há como avançar no debate,não se restringindo a um mero embate entre números, numa discussão do que fazer a partir de agora.Há uma avenida aberta à oposição,desde que esta resolva fazer política de verdade,e não ficarem a reboque da agenda lulista. Sabe-se que quem dita a agenda tem muito mais chances de ganhar(a reeleição de Bush foi a prova disso).Quer dizer,a oposição parece não saber.E corre o risco de ficar na carroça.
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*Era mais uma negação do que um projeto propriamente dito.Esse traço ainda permanece,de certa maneira.
**O partido de FHC não é um antro de neoliberais ferozes,quem diz isso não sabe o que realmente desejam os neoliberais.Fazer política de mercado não é se tornar um direitista,certo ,esquerda européia?Isso,porém,não significa que no governo,os tucanos não deram uma guinada à direita,deram sim.)
***Há quem diga que a oposição falhou em investigar por "rabo preso".Não duvido que haja envolvidos em casos de corrupção nos partidos não governistas.Isso,porém,não justifica a incompetência em se articular politicamente.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006
medo
palavras limpas
tolerância
Nesses debates,geralmente se vê pessoas pouco informadas com uma capa de superioridade, capa que esconde o embuste: Sabem quase nada de nada e estão lá julgando: "Marx é um bosta!" ,"Tocqueville era um idiota", "Bom mesmo era Joãzinho sem braço,que num paper de 1873,disse que o mundo ia estar do jeito que é hoje" e por aí vai. Essas discussões de internet revelam mais sobre um traço de personalidade de muitas pessoas do se poderia imaginar em um olhar apressado( este olhar diria: "ninguém dá muita importância a essas discussões mesmo,bah! "): Pouca gente está disposta a tolerar o que outro pensa.
É bem verdade que esse comportamento pode ser notado fora da internet,em discussões com parentes,amigos de boteco ou em universidades.Quando tomo a internet,a uso como pretexto e ilustração,não é exclusividade da web não.Voltando.
Um "democrata" escolado(e quase todo mundo quer se pintar assim) já tem as liberdades na ponta da língua: "Por mim,as pessoas podem se expressar do jeito que for,tal e tal,sou amigo de todo mundo,o cara pode ser do jeito que for,não ligo.Aí aparece um cristão contrário ao aborto e ao uso de preservativos,a favor da castidade como método contraceptivo e que,sei lá, goste de Bach. "Nossa,que horrível! Um cara desses não respeita o direito dos outros,não respeita a liberdade,é um conservador,um um....!". O mesmo vale para um conservador( que é algo bastante raro em meu "círculo social",se é que eu tenho um) ao ouvir alguém falar em, sei lá , casamento entre gays. Repare que basta os citados(que estão estereotipados naturalmente,uma vez que isso é um texto vago de um blog,tenham paciência...) emitirem opiniões que não sejam consonantes umas com as do outro.É uma coisa muito bonita isso de tolerar desde que não exista.
sábado, 4 de fevereiro de 2006
O "affair" da Jutlândia

Liberdade de expressão deve ser um dos temas mais espinhosos a se discutir.A tolerância,o choque entre o direito de manifestar e o do outro não ser ofendido,tudo isso sempre leva a perplexidades e momentos nos quais se deve decidir o que fazer para que as sociedades abertas assim se mantenham(Quando digo "sociedade aberta",já excluo ditaduras,ok?). Envolvendo religiões,muitas vezes a questão da liberdade de expressão ainda é mais complicada(ainda que eu ache que a tolerância religiosa deve seguir as mesmas balizas daquela política).
Este caso da Dinamarca(http://www.brusselsjournal.com/node/698) é um exemplo. Não tenho opinião firme sobre o assunto(se há mesmo um direito à blasfêmia,incluído nas liberdades democráticas),mas tendo a me pôr ao lado dos que defendem mais liberdade e que não vimos erro em publicar as charges dinamarquesas..
Claro que a liberdade de expressão não é absoluta, se tomarmos que os limites dados a mesma estão nas leis.Por outro lado,não existe lei que pronta vá nos dar uma resposta exata,concreta a problemas reais(Isso é IED I, mas ninguém precisa ver aquela matéria pra perceber isso).Neste caso da Europa,se põem de um lado os islamitas,que pretendem ter sua religião respeitada e não aceitam que o profeta,Maomé,seja representado,ainda mais de forma considerada desrespeitosa.De outro,chargistas,que escusados pelo direito à livre expressão e crítica,fizeram charges provocativas.
Há quem diga que as charges são uma estupidez e que foram intencionalmente provocativas,além de ofensivas,o que fere o direito alheio.Isso é muito fácil de ver pelas charges,mas os problemas da liberdade de expressão residem justamente no limiar entre o que deve ser aceito ou não(vamos lembrar das charges da Hustler referindo-se a um padre...).Nos EUA,no geral,a liberdade é tão irrestrita que permite a racistas se manifestar mais abertamente do que em boa parte do mundo,talvez,o mesmo valendo pra grupos pró-gays ou feministas,etc,etc...No resto do mundo,existe uma proibição em menor ou maior grau,principalmente em relação a nazistas, anti-semitas e racistas,o que invalida os que pretendem a maior liberdade possível.
A questão maior ainda permanece: Por que se poderia criticar um político,tachando-o de nazista(ou de "palerma", ou de "picolé de chuchu", ou de "ladrão") e não se pode o mesmo com o profeta de uma religião? Ainda mais se já existe filmes e outros produtos que fazem humor ou troça em outros símbolos religiosos que não os do Islã? Imagino que a resposta coerente ou tolere o máximo possível ou seja o contrário,repudie essas "liberdades",de modo que já não exista algo que por muito diferente,só pelo nome possa ser identificado como "liberdade de expressão".
Não ofereço respostas e possivelmente ainda volte a esse tema depois,mas uma certeza posso exprimir: Não é com fatwas , queimando a bandeira da Dinamarca e com ameaças de convulsões,incêndios e até assassinatos que haverá respeito.
PS: Claro que faço distinção entre islamitas radicais e moderados,coisa que não fiz no texto.Só para constar.